Alexandre Anselmo Guilherme, Lucia Maria Martins Giraffa, Cristina Martins
Este artigo discute as políticas educacionais das organizações internacionais, especialmente as relativas à cidadania global e suas implicações para a cibercultura / ciberespaço, bem como a possibilidade de implementar um projeto de contra-educação, como previsto por Ilan Gur Ze’ev, o importante filósofo israelense da educação, que faleceu em 2012. Em conexão com isso, perguntamos: que tipo de indivíduos devemos ser no mundo digital? Para responder a esta pergunta, nos engajamos com a proposta da UNESCO de Educação para a Cidadania Global, que procura promover uma atitude holística, educacional, comprometida e moral entre os jovens de todo o mundo, e como isso influencia a cibercultura como uma condição pós-moderna. A abordagem de Gur Ze’ev seria crítica a qualquer tentativa de apresentar um ideal utópico; ademais, é importante notar que para a contra-educação uma vez que o ideal é definido como o objetivo, então o desenvolvimento educacional significativo torna-se constrangido. Assim, vemos que a contra-educação de Gur-Ze’ev nos possibilita uma reflexão profunda, significativa e crítica sobre questões que envolvem a cibercultura, e como esta é afetada pela abordagem da Educação para a Cidadania Global. Concluímos que é possível desenvolver a contra-educação dentro do movimento para a cidadania global, sendo devidamente fundamentada em uma abordagem crítica do que está sendo proposto pelas organizações internacionais como objetivos de aprendizagem desejáveis.