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Antonio Caro Almela
El artículo parte del cuestionamiento de la autorreferencialidad de la disciplina, acusada con frecuencia de hermetismo intelectual, y propone tomar en serio esas acusaciones, con el objeto de reconocer que hay que sacar a la semiótica de su ensimismamiento. Para ello, parte de la pregunta “¿para qué sirve la semiótica?”, retomando la ya bien conocida definición de semiótica de Juan Ángel Magariños de Morentín (2008), y destacando de ella la operatividad que la arroja al mundo. Es a través de las operaciones, y no sólo a través de los conceptos, que se pueden explicar las significaciones que rigen en un determinado momento histórico de la vida de una determinada sociedad. Así, la semiótica viene a constituir el instrumento metodológico dotado de rigor científico específico para analizar las significaciones reales y, especialmente, para colaborar en la transformación de lo socialmente instituido, función enactiva que permite postular a la semiótica como de naturaleza definitoriamente social. El artículo también toma prestados de Cornelius Castoriadis el concepto de imaginario social y la oposición minoría instituyente/mayoría instituida (1983; 1989), para analizar dos aspectos del imaginario social instituido contemporáneo que condicionan las modalidades a través de las cuales nos significamos a nosotros mismos en nuestra existencia cotidiana: la marca y la publicidad. Nos encontramos en presencia de un imaginario propiamente imaginarizado: un imaginario carente de espesor simbólico, que no se plasma en una verdad social que todos debamos acatar, sino que se mantiene en la superficie de su propia naturaleza imaginaria. Hacia allí debe dirigirse una semiótica de intervención social, hacia el desvelamiento, a través de esa práctica, de la naturaleza instituyente de unas actuaciones sociales e individuales aparentemente inocuas, la no-verdad que existe en ellas.
This article starts from questioning the self-referentiality of Semiotics -often accused of intellectual hermeticism- and proposes taking these accusations seriously in order to recognize that this discipline should be removed from its tendency to self-absorption. To achieve this aim, we asked ourselves "What is the use of Semiotics?" taking into account the well-known definition of Juan Ángel Magariños de Morentín (2008), and highlighting the operativity that throws it to the world. It is through operations, and not only through concepts, that anyone can explain the meanings that rule a particular historical moment in the life of a given society. Thus, Semiotics becomes the methodological instrument endowed with a specific scientific accuracy to analyze real meanings and, specially, to collaborate in the transformation of the socially instituted, an enactive function that allows its postulation as a socially defined matter. Regarding this, this article borrows the concepts of social imaginary and the institutional minority/instituted majority opposition (1983, 1989) from Cornelius Castoriadis, to analyze two aspects of the contemporary socially instituted imaginary that subordinates the modalities through which we mean ourselves in our daily existence: brand and advertising. We are in the presence of a properly imagined imaginary: an imaginary lacking in symbolic thickness, not embodied in a social truth that we all should hold to, but remaining on the surface of its own imaginary nature. A Semiotics of social intervention must be directed towards the unveiling of the instituting nature of apparently innocuous social and individual actions, and of the non-truth that exists in them.
O artigo parte do questionamento da auto-referencialidade da disciplina, muitas vezes acusada de hermetismo intelectual, e propõe levar essas acusações a sério, a fim de reconhecer que a semiótica deve ser removida de sua auto-absorção. Para isso, parte da questão "o que é uso da semiótica?", Retornando à já conhecida definição de semiótica Juan Ángel Magariños de Morentín (2008), destacando-se a operabilidade que o lança no mundo. É através das operações, e não apenas através de conceitos, que se pode explicar os significados que regem um momento histórico particular na vida de uma determinada sociedade. Assim, a semiótica se torna o instrumento metodológico dotado de rigor científico específico para analisar significados reais e, em especial, colaborar na transformação da instituição social, uma função enactiva que permite a postulação da semiótica como uma natureza socialmente definidora. O artigo também toma emprestado de Cornelius Castoriadis o conceito de imaginário social e a oposição da maioria institucional / maioria instituída (1983, 1989) para analisar dois aspectos do imaginário social instituído contemporâneo que condicionam as modalidades através das quais nos referimos em nossa existência diária: a marca e a publicidade. Encontramo-nos na presença de um imaginário propriamente imaginado: uma falta imaginária de espessura simbólica, que não está incorporada a uma verdade social que todos devemos respeitar, mas permanece na superfície de sua própria natureza imaginária. Para isso, uma semiótica da intervenção social deve ser direcionada para a revelação, através desta prática, da natureza institucional de ações sociais e individuais aparentemente inócuas, a nãoverdade que existe nelas.
