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Adriane Cenci, Daniela Fuhro Vilas Bôas, Magda Floriana Damiani
Esta pesquisa de intervenção analisa o impacto do processo de implementação da política brasileira de educação inclusiva com professores de uma escola pública. A intervenção foi baseada na Teoria Histórico-Cultural da Atividade, utilizando a metodologia do Laboratório de Mudança. Tal metodologia está baseada na ideia de aprendizagem expansiva, que propõe a criação coletiva de novas soluções para lidar com as contradições encontradas em um sistema de atividade (nesse caso, a escola). A inclusão tem sido um desafio para esta escola e estes professores: a maioria está lidando com ela pela primeira vez. Dez sessões ocorreram entre março e dezembro de 2014 e dados foram colhidos no seu decorrer. Três categorias emergiram dos dados na tentativa de explicar as concepções dos professores acerca da inclusão: 1) inclusão como aprendizagem, 2) inclusão como falácia e 3) manifestações de contradição relacionadas à inclusão. Aprendizagem efetiva dos estudantes foi a categoria menos frequente. Manifestações de contradição foi a categoria mais frequente, indicando que a proposta de educação inclusiva precisa avançar para que se possam observar avanços no desempenho dos alunos. Tais avanços poderiam ocorrer a partir do enfrentamento das contradições levantadas pelos próprios sujeitos. Iluminadas pelo do referencial teórico foi possível perceber que as contradições revelam as tensões do processo de inclusão e, ao mesmo tempo, carregam em si o potencial de mudança.
This intervention research analyzes the impact of implementation of the Brazilian inclusive education policy on the teachers of a public school. The intervention was based on Cultural-Historical Activity Theory, using the methodology of Change Laboratory. Such methodology is based on the idea of expansive learning, which proposes the collective creation of new solutions to deal with the contradictions faced in an activity system (in this case, the school). Inclusive education has been a challenge to this school and its teachers: most of them were dealing with it for the first time. Ten group sessions were carried out from March to December 2014 and data were collected during such sessions. Three categories emerged from the data in an attempt to explain the teachers’ concerns about inclusion: 1) inclusion as learning, 2) inclusion as fallacy and 3) manifestation of contradictions related to inclusion. Students’ effective learning was the least frequent category. Manifestation of contradictions was the main category, indicating that the proposed inclusive education must advance to improve students’ performance. Such advances could take place through facing the contradictions appointed by the subjects themselves. Under the light of the theoretical framework, it was possible to perceive that the contradictions reveal the tensions involved in the inclusion process and, at the same time, the potential for change they carry in themselves.
