Thiago Ranniery
Este artículo explora las relaciones entrelazadas entre normatividad y las políticas de reconocimiento operadas por el discurso curricular en las trayectorias escolares de tres “chicos gays”, llamados, aquí, de Mitchel, Jonas y Álvaro. Inspirado por Judith Butler, el argumento desarrollado indica la posibilidad de un desplazamiento de las críticas que describen el currículo como un horizonte homogéneo de normatividad y aponta las escuelas como lugares dónde es posible criar vidas vivibles. Por un lado, la lucha por la inteligibilidad de “chicos gays” se produce dentro de las normas heterogéneas de género y sexualidad, que permiten que los chicos eviten el campo de la abyección. Las normas también crean, como corolario, un desplazamiento de la homosexualidad del campo del deseo a una corporeidad de género llamada "gay". Por otro lado, estas mismas formas corporales de reconocimiento en el currículo inscriben, desde la ambivalencia y heterogeneidad de la normatividad, la viabilidad de estas trayectorias escolares. Por lo tanto, si los currículos se constituyen como una herramienta de sujeción, también pueden funcionar como una red de relaciones en las que se produce la inteligibilidad, lo que contribuye para que "chicos gays" puedan interactuar con las condiciones históricas del presente.
Este artigo explora as relações imbricadas entre normatividade e políticas reconhecimento operadas por discursos curriculares a partir trajetórias escolares de três “meninos gays”, nomeados, aqui, de Mitchel, Jonas e Álvaro. Inspirado em linhas de forças do trabalho de Judith Butler, o argumento desenvolvido indica a possibilidade de um deslocamento da crítica que descreve o currículo como um horizonte homogêneo de normatividade e aponta para como as escolas podem compor uma vida vivível. Para tanto, o texto acompanha como a luta por inteligibilidade para “meninos gays” ocorre no interior das normas heterogêneas de gênero e de sexualidade. Como corolário, essas normas permitem driblar o campo da abjeção e criam um deslocamento da experiência da homossexualidade do campo do desejo para inscrevê-la como uma corporalidade generificada nomeada de “gay”. Essas mesmas formas corporais de circulação do reconhecimento nos currículos inscrevem, assim, a partir da ambivalência e da heterogeneidade da normatividade, a viabilidade dessas trajetórias escolares. Portanto, se currículos se constituem num instrumento de sujeição, também podem funcionar como uma rede de relações na qual a inteligibilidade se produz, contribuindo para que “meninos gays” possam interagir com as condições históricas do presente.
This article explores the overlapping relations between normativity and policies of recognition in curricular discourses from the school experiences of three “gay boys”, named, in this text, as Mitchel, Jonas and Álvaro. Inspired by Judith Butler's work, the argument developed here attempts to displace the critique that describes curriculums as homogenous horizons of normativity and points that schools can contribute to a livable life. On the one hand, the struggle for intelligibility for what counts as a “gay boy” occurs within heterogeneous gender norms, which allow the boys to avoid abjection. As a corollary, these norms displace definitions of homosexuality centered on desire and create new definitions centered on a gender corporality called “gay”. On the other hand, these same corporal forms of circulation of recognition in the curriculum inscribe, through the ambivalence and heterogeneity of normativity, the viability of these school experiences. Therefore, if curriculums are instruments of subjection, they can also function as networks of forces in which intelligibility takes place, contributing to “gay boys” interacting with the historical conditions of the present.