Este artículo es una aproximación al fenómeno de la tortura, y en particular de la tortura sexual, que tiene por objetivo indagar acerca de los marcos interpretativos comunes que se construyen en la tortura sexual ejercida sobre cuerpos individuales, en cuanto representaciones metafóricas del cuerpo social, en el marco de la violencia política. Por medio de una aproximación fenomenológica y una caracterización de la tortura en sus dimensiones social, física, psicológica y sexual, se propone que la tortura sexual, en cuanto acto comunicativo, obliga al sujeto a participar en su propia victimización cuando sus orificios corporales son empleados como herramientas de tortura. Se concluye que sólo queda el grito de la víctima como oportunidad para articular el dolor a la experiencia de violencia, cuyo objetivo principal es feminizar al enemigo como estrategia de dominación simbólica al inundar de estímulos sexuales al sujeto para alterar la relación con su propio cuerpo.
This article is an approach to the phenomenon of torture, particularly sexual torture, and it aims to inquire into the common interpretative frameworks that are constructed in the sexual torture exerted over the individual bodies, as metaphorical representations of the social body, within the context of political violence. Through a phenomenological approach and a characterization of torture in its social, physical, psychological and sexual dimensions, it argues that sexual torture, as a communicative act, forces the supject to participate in its own victimization when its body orifices are used as tools of torture. It concludes that only the scream of the victim remains as an opportunity to articulate the pain with the experience of violence, the main purpose of which is to feminize the enemy as a strategy of symbolic domination by flooding the supject with sexual stimuli to alter its relationship with its own body.
Este artigo é uma aproximação ao fenômeno da tortura e, em particular, da tortura sexual; tem como objetivo indagar sobre os referenciais interpretativos comuns que são construídos na tortura sexual exercida sobre corpos individuais, como representações metafóricas do corpo social, no âmbito da violência política. Por meio de uma aproximação fenomenológica e de uma caracterização da tortura em suas dimensões social, física, psicológica e sexual, propõe-se que a tortura sexual, como ato comunicativo, obriga o sujeito a participar de sua própria vitimização quando seus orifícios corporais são utilizados como ferramentas de tortura. Conclui-se que só resta o grito da vítima como oportunidade para articular a dor à experiência de violência, cujo objetivo principal é feminizar o inimigo como estratégia de dominação simbólica ao inundar de estímulos sexuais o sujeito para alterar a relação com seu próprio corpo.