Este artículo indaga acerca del modo en el que el "maltrato infantil" se construyó como problema social en Argentina. Explora cómo a partir de los años setenta, en la ciudad de Buenos Aires, el tema fue primero abordado por una comunidad pediátrica influenciada por el psicoanálisis, y, posteriormente, difundido por fuera de sus fronteras, hasta llegar a constituirse, en manos de actores judiciales, en una empresa destinada a transformar su tratamiento. Para ello, se parte del análisis de los primeros trabajos sobre el tema y de entrevistas a actores judiciales. El trabajo propone que si bien las transformaciones que se sucedieron en el plano normativo condujeron -como se lo proponían sus promotores- a extraer al "niño maltratado" del ámbito penal y a establecer circuitos más rápidos para su protección, dichas transformaciones permitieron también ampliar el espectro de lo denunciable y, por ende, de lo tratable y lo controlable.
This article inquires into the way "child abuse" has been constructed as a social problem in Argentina. The papers explores how the issue was first approached in the 1970s by a pediatric community influenced by psychoanalysisand subsequently divulged more broadly, until it became an endeavour in the hands of judicial actors that was destined to transform the way of dealing with the problem. For that purpose, the article is based on an analysis of early studies on the topic and interviews of judicial actors. These analyses suggest that the normative transformations that took place led to the removal of the "abused child" from the criminal environment, as the promoters had proposed, and also made it possible to broaden the spectrum of what could be denounced and, therefore, of what could be treated and controlled.
Este artigo indaga sobre o modo no qual o "maltrato infantil" foiconstruído como problema social na Argentina. Explora como, a partir dos anos 1970, na cidade de Buenos Aires, o tema foi primeiro abordado por uma comunida de pediátrica influenciada pela psicanálise e, logo, difundido para fora de suas fronteiras atéchegar a ser constituído, em mãos de atores judiciais, numa empresa destinada a transformar seu tratamento. Para isso, parte-se da análise dos primeiros trabalhos a respeito do tema e de entrevistas com atores judiciais. Este trabalho propõe que, embora as transformações que ocorreram no plano normativo tenham levado -como propunham seus promotores- a extrair a "criança maltratada" do âmbito penal e a estabelecer circuitos mais rápidos para sua proteção, essas transformações permitiram também ampliar o espectro do denunciável e, consequentemente, do tratável e do controlável.