Roselete Fagundes de Aviz
O presente texto propõe reflexões sobre as vozes das crianças, suas relações com os espaços e lugares existenciais que possuem representações simbólicas. Nas narrativas que as crianças produzem efetuam um trabalho que, incessantemente, transforma lugares em espaços e espaços em lugares. As crianças falam de valores, crenças e costumes que se alteram e se modernizam de acordo com os novos símbolos e informações que adentram a comunidade. Neste sentido, não poderíamos considerar as crianças como indutoras da interpretação e transmissão na comunidade? Pois pela atividade narrativa, é possível efetuar operações estratégicas de (re)invenções de mundos duráveis, pois, mais do que apresentar algo, a narrativa constitui-se como ‘a arte de fazer’: ela não somente mostra, ela faz algo no mundo. Quando se fala da voz de um povo, fala-se de uma miscigenação cultural civilizacional e ética. É nesse fazer que a voz se mostra como canto de um povo. E dentre essas vozes, estão as das crianças.