Maurício Serva, Daniel Moraes Pinheiro, Danilo Melo, Gustavo Matarazzo Rezende
O objetivo deste artigo é iniciar um processo de explicitação, em base científica e numa perspectiva socioprofissional, das lógicas de ação e das estratégias utilizadas por professores de escolas de administração no Brasil. Com uma abordagem teórico-epistemológica, baseada na concepção de campo de Bourdieu e na sociologia pragmática francesa com Boltanski e Thévenot, foram realizadas entrevistas em profundidade e semiestruturadas com 20 docentes que atuam em escolas de administração, complementadas com a análise de documentos. Ao discutir as configurações e as categorias profissionais, a legitimação e o reconhecimento, as lógicas de ação por meio das habilidades sociais e estratégias no prisma das relações estabelecidas no cotidiano tornou-se possível iniciar uma reflexão crítica a respeito da posição do professor no campo. Foram identificadas duas configurações distintas – professor e professor-pesquisador – as quais apresentam estratégias competitivas e cooperativas diferentes. Legitimidade e reconhecimento, por exemplo, passam por estágios, títulos, espaços e “resultados” diferentes. Verificou-se, ainda, a presença de habilidades de natureza política e administrativa permeando o cotidiano.