A concepção de um novo projeto para a universidade brasileira, neste momento em ela vem se expandindo e mantendo um estilo pouco aderente ao cenário da democratização em curso e às restrições e oportunidades colocadas pelos contextos nacional e mundial, é tarefa urgente do segmento de esquerda da comunidade universitária. Contrapondo-se à síndrome do produtivismo-cientificismo-inovacionismo, e privilegiando o canal da Extensão que pode vir a diminuir sua disfuncionalidade e insulamento, revisitando o anátema da qualidade versus relevância, e provocando uma alteração na sua agenda de Pesquisa e Ensino, o argumento proposto tem como eixo o questionamento da concepção dogmática da Neutralidade e do Determinismo da tecnociência ainda predominante naquele segmento. Reconhecendo a necessidade de disputar a hegemonia com os que defendem uma política de alianças com o setor empresarial, cada vez mais “financeirizado”, desnacionalizado, desindustrializado, mimético e ambientalmente irresponsável, se sugere uma aproximação com a Economia Solidária e seus empreendimentos. A Adequação Sociotécnica e o desenvolvimento de Tecnologia Social passariam a ser um vetor da práxis universitária (re)unindo “inexatos” e “desumanos” em torno de um projeto orientado à construção de uma sociedade inclusiva.