Después de dos décadas con elecciones realizadas bajo la influencia de donaciones empresariales, Brasil ha cambiado el sistema de financiación de campañas, con resultados poco seguros para la futura disputa política. Varios actores participaron activamente en este proceso de reformulación que cristalizó en dos decisiones tomadas en el mismo mes de septiembre de 2015. El Supremo Tribunal Federal (STF), instancia competente para el control de la constitucionalidad de las leyes, decretó la inconstitucionalidad de las donaciones de empresas a partidos y candidatos en las campañas electorales. En el mismo mes entró en vigencia la ley 13.165/15 modificando la financiación electoral y realizando otras modificaciones en el sistema electoral. Todo eso apunta a que estamos en un momento de transición entre dos modelos de financiación. Las empresas, responsables de tres cuartos de los gastos de las campañas, no podrán aportar más recursos. Queda saber cuáles serán las fuentes del nuevo modelo. Este texto presenta un balance sobre el sistema de financiación de las campañas en las dos décadas pasadas, centrado en la fuerte participación de las empresas, recapitula el proceso de discusión y aprobación de la reforma en 2015 y evalúa el impacto de los puntos más importantes de la reforma sobre la disputa política en Brasil.
After two decades of elections under the influence of corporations financing campaigns Brazil has banned the private sector from making donations to party organizations and candidates running for political office.
Several political players had their share in a reform that culminated in two key decisions in September 2015. The Constitutional Court (STF) has ruled the current legislation allowing corporate donations violates the basic principles of equality guaranteed by the Constitution. The same month a new law was approved by Congress and signed by the President making several changes in the rules for campaign finance, including a ban on donations by companies. All signs indicate Brazil is making a big change in the model of financing politics. Companies have been responsible for 3 out of 4 Real spent in election campaigns in the past.
However it is still unclear how political competition in the new era without corporate money will look like.
This article looks back at the last two decades, discusses the dynamic of the reform in 2015 and makes an informed guess on the impact of the new rules on parties and elections in Brazil
Após duas décadas com eleições realizadas sob a influência de doações empresariais, o Brasil mudou o sistema de financiamento de campanhas, com resultados incertos para a competição política futura. Vários atores participaram ativamente deste processo de reformulação que se cristalizou em duas decisões tomadas no mesmo mês de setembro de 2015. O Supremo Tribunal Federal (STF), instância competente para o controle da constitucionalidade das leis, decidiu pela inconstitucionalidade das doações de empresas a partidos e candidatos nas campanhas eleitorais. No mesmo mês entrou em vigor a lei 13.165/15 modificando o financiamento eleitoral e realizando outras modificações no sistema eleitoral. Tudo indica que estamos em um momento de transição entre dois modelos de financiamento. As empresas, responsáveis por três quartos do custeio das campanhas, não poderão mais aportar recursos. Resta saber em quais fontes o novo modelo repousará. Este texto apresenta um balanço sobre o sistema de financiamento das campanhas nas duas décadas passadas dando ênfase à forte participação das empresas, recapitula o processo de discussão e aprovação da reforma em 2015 e avalia o impacto dos pontos mais importantes da reforma sobre a competição política no Brasil.