Este artículo busca analizar y desafiar las principales justificaciones utilizadas por los empresarios de la moda acerca de la explotación de trabajadores/as inmigrantes en talleres de costura urbanos. Los resultados se basan en dos estudios de caso realizados para una investigación doctoral en las ciudades de Prato (Italia) y Buenos Aires. El trabajo de campo permitió identificar tres argumentos centrales. En primer lugar, el impacto del marcado aumento de las importaciones de ropa es exagerado por los empresarios para ganar tolerancia hacia sus prácticas laborales y solicitar apoyo financiero de las autoridades. En segundo lugar, ya que las cadenas de producción son extensas e involucran numerosos eslabones muchas veces esparcidos geográficamente por las ciudades, los empresarios argumentan que les resulta imposible controlar las condiciones de trabajo en toda la cadena. Finalmente, ya que estos talleres son manejados por pequeños empresarios inmigrantes que explotan a sus conciudadanos, las comunidades inmigrantes como un todo son responsabilizadas por la existencia de condiciones de explotación extrema, bajo el argumento de que se trata de ‘costumbres culturales’ de ‘auto-explotación’ de los inmigrantes. En este artículo estas suposiciones son identificadas como fuertes barreras ideológicas para la toma de decisiones y para la militancia contra esta forma de explotación.
This article seeks to examine the main arguments used by fashion entrepreneurs to contest accusations of the exploitation of migrant workers in small inner-city sweatshops. Based on one year of fieldwork in Buenos Aires and Prato (Italy), in this article three main beliefs promoted by firms are identified. Firstly, the constraints posed by the significant increase of garment imports since the trade liberalisation is used to gain tolerance towards their labour practices and financial support from the governments. Secondly, because the subcontracting chains are very complex, and may encompass a number of workshops scattered around the city’s landscape, fashion entrepreneurs claim that it is impossible for them to control the whole chain. Finally, since these sweatshops are managed by migrant petty-entrepreneurs who exploit their co-nationals, the guilt is placed in the migrant communities as a whole due to their alleged ‘cultural habit’ of ‘exploiting each other’. Here these assumptions are challenged, in the understanding that they are strong ideological barriers to policy-making and to anti-sweatshop activism.
Este artigo busca analisar e desafiar as principais justificativas utilizadas pelos empresários da moda sobre a exploração de trabalhadores/as imigrantes nas oficinas de costura urbanas. Os resultados baseiam-se em dois estudos de caso realizados para uma pesquisa de doutorado nas cidades de Prato (Itália) e Buenos Aires (Argentina). O trabalho de campo permitiu identificar três argumentos centrais. Em primeiro lugar, o impacto do acentuado aumento das importações de roupa é exagerado pelos empresários para ganhar tolerância nas práticas laborais e solicitar apoio financeiro das autoridades. Em segundo lugar, já que as cadeias de produção são extensas e envolvem numerosos núcleos muitas vezes espalhados geograficamente pelas cidades, os empresários argumentam que lhes é impossível controlar as condições de trabalho em toda a cadeia. Finalmente, já que estas oficinas são dirigidas por pequenos empresários imigrantes que exploram a seus concidadãos, as comunidades imigrantes são as responsabilizadas pela existência de condições de exploração extrema, sob o argumento de que se trata de ‘costumes culturais’ e de ‘autoexploração’ dos imigrantes. Neste artigo, estes pressupostos são identificados como fortes barreiras ideológicas para a tomada de decisões e a militância contra esta forma de exploração.