Dolores Cristina Gomes Galindo, Flávia Cristina Silveira Lemos, Renata Vilela Rodrigues
Com o desenvolvimento da biotecnomedicina contemporânea aliada ao neoliberalismo, a saúde e a vida são entrelaçadas a um emergente mercado de biocapitais. Nas camadas médias brasileiras, ao lado das preconizadas preocupações com a saúde do recém-nascido, busca-se, também, garantir o futuro por meio da contratação de biobancos privados especializados na coleta e armazenamento de célulastronco do cordão umbilical e tecido placentário. Tais empresas adquirem condições de existência numa lógica neoliberal baseada no medo e pela colocação em cena de mecanismos de segurança que atuam enquanto anteparos às incertezas que assolam, cada vez mais, as práticas de governo da vida. Mobilizados pela bioeconomia, o sangue do cordão umbilical e do tecido placentário são transformados em capitais de risco biológico que oferecem a participação na promessa de uma biotecnologia comercial e uma aposta na cura de doenças existentes e outras sequer imaginadas.
With the development of contemporary medical biotechnology, health and life are intertwined in a market of care by fear, anticipation, and promotion, only a posteriori in the form of treatments. A posture of fear and persecution, to ensure the future health of the child is not only to provide medical monitoring, because in wait there might exist diseases that were not even named and engendered. To manage life as consumption practices and tradable made proliferate services aimed at ensuring and protecting the uncertainty. In the middle class, next to the proposed health concerns of the newborns, we seek to ensure the usufruct of future uncertain treatments or non-detectable diseases through stem cells private services of collection and storage of the umbilical cord and placental tissue. These banks acquire the means of existence in a neoliberal logic of prevention and precaution based on fear and placement of security mechanisms that act as shields for the increasingly uncertainty around life government.