Brasil
Neste artigo, analisamos as contribuições do debate feminista sobre interseccionalidade de categorias sociais para a psicologia social comunitária no Brasil. Esta se constituiu como campo teórico dedicado a analisar as desigualdades sociais que marcam as sociedades contemporâneas e a propor processos metodológicos de intervenção para problematização e transformação dessas realidades. Discutimos como a emergência de novos atores e demandas no espaço público, de forma distinta dos anos 1960/1970, tem exigido compreender as opressões a partir de sistemas de poder diversos, como os de gênero, de raça e de sexualidade. Conclui-se que a análise interseccional deve considerar diversos níveis de relação entre as categorias, o histórico diferenciado destas e os aspectos comuns dos distintos sistemas de poder, como naturalização das desigualdades, relação entre o público e o privado e relação entre igualdade e diferença. As análises baseadas na interseccionalidade podem contribuir para processos de intervenção social que considerem a complexidade das sociedades contemporâneas.