Este artigo examina a política econômica durante o governo de Emílio Garrastazu Médici, período que se tornou conhecido pela descrição oficial do auge cíclico então em curso como se fora um ciclo desenvolvimentista capaz de prolongar-se por décadas projetando a superação do atraso. Na primeira parte, examina-se a gestação de um projeto nacional pelo regime, desaguando no projeto Brasil Grande Potência, o qual se apoiou no modelo agrícola-exportador como a sua estratégia de desenvolvimento. Na segunda parte, procede-se a uma detalhada reconstituição da execução da política econômica com ênfase nos aspectos relacionados à concepção estratégica anunciada, à sustentação do crescimento e ao tratamento dispensado à inflação. A análise evidencia alguns aspectos peculiares da conjuntura 1972-1973, sugerindo tratar-se de um momento distinto (uma segunda fase) da administração Médici.