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O objetivo deste trabalho é discutir em que medida é possível encontrar, nos trabalhos de Davidson e Shackle, o entendimento da incerteza como um conceito que compreende a existência, tanto de conhecimento provável, quanto de graus de incerteza fundamental. Partilhando a opinião de outros autores (Runde, 1990; Dow, 1995; Dequech, 1997), acreditamos ser possível encontrar esta definição de incerteza nos trabalhos de Keynes e, desta forma, afirmar que é possível definir incerteza fundamental como um conceito que admite graus de diferenciação. Além disto, afirmamos que tal conceito não é incompatível com o entendimento da realidade, enquanto um processo não-ergódico. Para sustentar este argumento, discutimos as visões de Shackle e Davidson e mostramos que existem em seus escritos elementos para apoiar a nossa posição.
