Sheila Schvarzman
Ir ao cinema é uma prática codificada e datada. Traduz não apenas um hábito, como revela formas de frequentação e distinção social, fruição estética, imaginações sobre a diversão, a cultura e as diferenciações de gêneros. Sua organização, ainda que tenha por base modelos estrangeiros, toma em cada local aspectos próprios que revelam amálgamas culturais e sociais assim como o lugar que a sociedade reserva para a mulher. Gostaria de observar um pouco deste processo em São Paulo, durante os anos 1920, a partir do olhar do crítico Octávio Gabus Mendes em seus escritos nas revistas Paratodos e Cinédia.