Iris Kantor
This article highlights the importance of cartographic practices in the context of late eighteenth-century Portuguese military institutions. It focuses particularly on the efforts of the Royal Maritime and Military Society, founded in 1798 to carry out, disseminate, and control cartographic production about Portuguese dominions. The maps and geographic routes prepared by the Society�s cartographers during reconnaissance expeditions and territorial demarcation made up a spatial matrix established in the first decades of the nineteenth century, after the Portuguese Court settled in Rio de Janeiro in 1808. From this perspective, the essay argues that the idealized cartographic projections by Portuguese Enlightenment reformers would constitute a tool of governance of the future Brazilian Empire.
O artigo evidencia a importância das práticas cartográficas no âmbito das instituições militares portuguesas nos finais do século XVIII. Enfoca, especialmente, a atuação da Sociedade Real Marítima e Militar, fundada em 1798, para executar, difundir e controlar a produção cartográfica sobre os domínios portugueses.
Os mapas e os roteiros geográficos preparados pelos cartógrafos da Sociedade no curso das expedições de reconhecimento e demarcação territorial conformaram a matriz espacial fixada nas primeiras décadas do século XIX, após o estabelecimento da corte portuguesa no Rio de Janeiro no ano de 1808.
Visto a partir deste ângulo, consideramos que as projeções cartográficas idealizadas pelos reformadores ilustrados portugueses constituíram um instrumento de governabilidade do futuro Império do Brasil.