Pedro Hespanha
Reconhecendo a existência, neste contexto de crise, de uma insatisfação generalizada perante um sistema económico e social cego perante as desigualdades sociais, insensível aos efeitos sociais da competição desenfreada e complacente com a delapidação dos recursos não renováveis, o artigo reflecte sobre a persistência de formas económicas distintas do sistema capitalista que com ele coexistem bem como sobre a emergência de movimentos e práticas sociais de resistência à lógica deste sistema, como é o caso das iniciativas de economia solidária, interrogando-se sobre o modo como elas podem servir de fundamento para uma mudança profunda de paradigma e, assim, contribuir para um sistema mais justo e capaz de adequar os recursos às necessidades e de maximizar o bem-estar humano e social.
Recognising the existence � in the context of crisis � of widespread dissatisfaction with an economic and social system which is blind to social inequalities, insensitive to the social effects of unbridled competition, and complacent as regards to the depredations wrought on non-renewable resources, Pedro Hespanha reflects on the persistence of economic forms differing from the capitalist system which exist alongside it, as well as on the emergence of social movements and practices of resistance to the logic of this system, as is the case of the solidarity economy. Hespanha goes on to ponder how these forms can serve as a basis for a far-reaching paradigm change, and thus contribute to a fairer system better equipped to match resources to needs and maximise human and social well-being.