Ana Cristina Santos
Este ensaio centra-se no carácter diverso e complementar da relaçao entre academia e movimentos sociais, moldando um constructo analítico-social cujas implicaçoes para os estudos queer continuam em grande medidad por teorizar. Tal teorizaçao, creio, poderá conduzir a uma nova aplicaçao da investigaçao-acçao, desta feita centrada nos hifeners que nos permitem articular, em dialéctica, saberes construídos nos quotidianos da academia e do activismo LGBT. Com efeito, ciência e militância, quando cooperantes horizontais -resistindo à tentaçao de paternalismo, futurismo ou canibalizaçao, por parte da academia, ou de acomodaçao, aburguesamento ou cedência, por parte dos movimentos sociais-, podem constituir pedras fundamentais nesse constructo ancorado em reconhecimentos recíprocos e capacitantes, em que nenhuma forma de saber se constitui como única ou dominante e da qual resulte, enfim, um novo campo de saber que designo por estudos queer públicos.