A distância político-cultural que ainda prevalece entre o Brasil e os países hispano-americanos vem sendo paulatinamente diminuída no plano político, principalmente com a formação de blocos regionais e acordos de cooperação. No plano específico do pensamento social, esta distância também se mantém, mas é possível observar que os intelectuais latino-americanos têm compartilhado historicamente a preocupação em refletir sobre temas continentais e em definir um lugar para a América Latina no contexto mundial. No início, havia pouca vinculação entre os brasileiros e seus pares hispano- americanos. Nos anos cinqüenta, porém, com o movimento cepalino, e nos setenta, com a teoria da dependência, iniciou-se um intercambio maior. A partir de fianis dos anos oitenta, a inserção da América Latina no mundo globalizado e a relação entre cultura e modernidade no subcontiente foram temas que estimularam o diálogo entre intelectuais brasileiros e hispano-americanos, como Renato Ortiz, Octavio Ianni e Martín-Barbero, analisados neste ensaio.