Introdução: A acalásia é um distúrbio esofágico raro e crônico que afeta a motilidade do esôfago, resultando em disfagia, dor torácica e regurgitação. Dentre as abordagens terapêuticas, destacam-se a miotomia de Heller, tanto na versão laparoscópica quanto robótica, a miotomia endoscópica peroral (POEM) e a dilatação pneumática. Cada técnica apresenta vantagens e limitações específicas, especialmente no que diz respeito às taxas de sucesso clínico, complicações pós-operatórias e tempo de recuperação. Objetivo: Avaliar comparativamente os resultados clínicos, taxas de complicações e eficácia das técnicas POEM, Heller laparoscópica, Heller robótica e dilatação pneumática no tratamento da acalásia. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática na base de dados PubMed, abrangendo estudos publicados entre 2020 e 2024. Utilizaram-se cinco descritores DECs para a formulação da chave de busca. Foram incluídos 10 artigos que analisaram os principais desfechos relacionados às diferentes abordagens terapêuticas, incluindo taxa de sucesso clínico, refluxo gastroesofágico, perfuração esofágica e disfagia persistente. Resultados: A técnica POEM apresentou a maior taxa de sucesso clínico (95%), seguida pelas técnicas Heller laparoscópica (93%) e robótica (92%). Em contraste, a dilatação pneumática apresentou uma taxa de sucesso inferior (85%). A taxa de refluxo gastroesofágico foi mais prevalente na técnica POEM (15%), enquanto as abordagens cirúrgicas apresentaram taxas mais baixas (3% a 5%). A taxa de perfuração foi menor na técnica Heller robótica (0,1%), seguida por Heller laparoscópica (1%) e POEM (2%). A dilatação pneumática apresentou taxas mais elevadas de perfuração (5% a 10%). A disfagia persistente foi menos frequente na técnica Heller robótica (5%), enquanto a dilatação pneumática apresentou a maior taxa (12%). Conclusão: As técnicas POEM, Heller laparoscópica e Heller robótica demonstraram eficácia elevada no tratamento da acalásia, com vantagens distintas em relação às taxas de complicações e tempo de recuperação. A dilatação pneumática, embora menos invasiva, apresentou resultados menos consistentes e maior taxa de complicações. Estudos futuros são necessários para refinar as indicações de cada técnica, visando melhores resultados clínicos e qualidade de vida para os pacientes.