Maria Firmina dos Reis, reconhecida como a primeira romancista brasileira, deixou um legado literário e social significativo. Sua obra principal, Úrsula (1859), é considerada pioneira no abolicionismo literário ao abordar a escravidão de forma humanista, dando voz e humanidade aos personagens escravizados. Nascida no Maranhão, Maria Firmina desafiou as barreiras impostas às mulheres negras em um contexto de exclusão e racismo. Além de escritora, destacou-se como educadora e defensora da igualdade, promovendo debates sobre questões raciais e sociais em sua época. Apesar de ter sido esquecida por décadas, sua obra foi redescoberta no século XX, ganhando destaque nos estudos acadêmicos. Hoje, é vista como um símbolo de resistência e representatividade, inspirando debates sobre inclusão e diversidade na literatura brasileira. O resgate de sua obra reforça a importância de reconhecer as contribuições de autores afrodescendentes para a construção de uma narrativa cultural mais ampla e inclusiva.