Victoria Karoline Libório Cardoso, Adeagna Bento Laborda, Camilla Castro Gomes, Danielly Brito Ferreira Bitencourt, Ester Hadassa Lira de Souza, Gabrielle Crystine Lima Cansanção Mavignier, Gabriel Soares de Oliveira, Lauro César de Oliveira Bessa, Maria Eduarda Flores Zeni, Ruany Amália Briglia Castro, Samantha Yuko Nishiki Brandão, Sara Gabriella de Azevedo Cattaneo, Simone de Oliveira Cruz Beke
O estudo dos canabinoides na modulação da inflamação e dor crônica tem atraído atenção na medicina, especialmente devido às limitações dos tratamentos convencionais. Derivados da planta Cannabis sativa ou produzidos pelo organismo, os canabinoides possuem propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, como demonstrado em estudos pré-clínicos e clínicos. A interação com o sistema endocanabinoide, mediada pelos receptores CB1 e CB2, é central para essa modulação. O CB1, presente no sistema nervoso central, está relacionado à redução da dor e à modulação de neurotransmissores, enquanto o CB2, expresso em células do sistema imunológico, regula processos inflamatórios. Os canabinoides diminuem a liberação de citocinas pró-inflamatórias, como TNF-α e IL-6, e aumentam as anti-inflamatórias, como IL-10. O tetrahidrocanabinol (THC), composto psicoativo da Cannabis, tem mostrado potencial em suprimir respostas inflamatórias. Por outro lado, canabinoides não psicoativos, como o canabidiol (CBD), destacam-se por seu perfil de segurança e ausência de efeitos psicotrópicos. O CBD exerce múltiplos mecanismos, como inibir mediadores inflamatórios e aumentar proteínas anti-inflamatórias em células microgliais. Apesar dos resultados promissores, há lacunas na literatura, especialmente sobre dose-resposta, efeitos a longo prazo e interações medicamentosas. A variabilidade nos protocolos de pesquisa e nas concentrações de canabinoides dificulta a interpretação dos resultados. Avanços no entendimento dos canabinoides poderão melhorar o manejo de condições inflamatórias e dolorosas, contribuindo para terapias mais eficazes e seguras.