O artigo analisa as políticas públicas voltadas para a educação do campo no Brasil, com ênfase na educação superior, considerando as condições materiais que influenciam o acesso das populações rurais e perpetuam desigualdades sociais. O estudo delimita-se à avaliação de programas de educação do campo, examinando seus avanços, retrocessos e impactos nas comunidades rurais. O objetivo geral é analisar como essas políticas refletem e enfrentam as estruturas de desigualdade social. Especificamente, busca-se compreender o impacto do neoliberalismo sobre a educação superior rural e propor alternativas inclusivas. O problema de pesquisa investiga em que medida as políticas educacionais vigentes superam as barreiras materiais e históricas que limitam o acesso ao ensino superior a partir do campo. A metodologia adota uma abordagem qualitativa, baseada no materialismo histórico e dialético, com revisão bibliográfica e análise documental de programas e legislações educacionais, utilizando fontes publicadas entre 2000 e 2023 em bases como Scielo, Google Acadêmico e Elsevier. Os resultados indicam que programas como PRONERA ampliaram o acesso ao ensino superior para populações rurais, mas o desmonte recente dessas políticas tem agravado desigualdades, reforçando a urgência de iniciativas mais integradas e efetivas.