Thaywanne Novaes de Almeida, Fabrício Daniel dos Santos Silva, Denis Pereira dos Santos, Rafaela Lisboa Costa, Mário Henrique Guilherme dos Santos Vanderlei, Joao Otavio Alves Accioly
A maior parte do território do Nordeste do Brasil (NEB) insere-se no clima semiárido, característico de seca e estiagens prolongadas, fatores que influenciam diretamente o rendimento de safras agrícolas. Para o NEB, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) aponta uma predominância positiva do aumento da temperatura média, ao longo dos próximos anos, que pode ser analisado com base nos cenários de mudanças climáticas. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho foi analisar o impacto das mudanças climáticas na produtividade do feijão no NEB, utilizando dados de produtividade disponibilizados pelo IBGE para 73 municípios nordestinos entre 1974 a 2018. Para geração de cenários futuros regionalizados e avaliação dos impactos das mudanças climáticas na produtividade do feijão foi empregada a técnica de downscaling estatístico, para o cenário RCP4.5. Foram utilizados seis modelos climáticos globais que compuseram o quinto relatório do IPCC: o canadense CANESM2, os franceses CNRM-CM5 e IPSL-CM5A-MR, o americano GFDL- ESM2M, o alemão MPI-ESMMR, e o modelo norueguês NORESM1-MS. Por meio dos modelos, observaram-se as áreas do NEB que terão impacto na produtividade, com base no período climatológico de simulações, para os anos de 2011-2040, 2041-2070 e 2071- 2100. As simulações indicaram que a maior parte dos municípios produtores do NEB terá sua produtividade reduzida, como consequência direta da tendência de redução significativa da precipitação acumulada, e de aumento das temperaturas que, por conseguinte, aumentarão a evapotranspiração potencial.