Esteban Ortiz Robles, Robinson Torres Salinas
, Alejandro Salazar Burrows
, Fabien Bourlon
La Patagonia chilena, territorio austral históricamente aislado y caracterizado por extensas áreas naturales de significancia ecológica mundial, posee una valiosa historia ambiental de resistencia, con el enorme movimiento social “Patagonia sin represas” y su férrea defensa ante la amenaza hidroeléctrica transnacional como su principal hito. Actualmente, perdura la fuerte oposición al extractivismo tradicional, por lo que el capital ha devenido en adaptaciones “verdes”, materializadas en formas ecoextractivistas de mercantilización de la naturaleza. En este contexto, este artículo tiene como objetivo identificar y analizar estas nuevas amenazas ecoextractivistas. Para este propósito, desde una perspectiva de ecología política latinoamericana, relacional y multimétodo (análisis etnográfico, del discurso y documental), se exploran las reconfiguraciones hidrosociales y las características ecoextractivistas del desarrollo turístico y el creciente fenómeno de parcelación en la localidad de Puerto Río Tranquilo y el Valle Exploradores, región de Aysén, Chile. Se concluye que el desarrollo del ecoturismo y la proliferación de proyectos inmobiliarios de “ecoloteos” para fines conservacionistas representan refinadas modalidades ecoextractivas, todas impulsadas por el paradigma de la conservación neoliberal de la naturaleza, que turistifica a la Patagonia, al producirla como territorio con vocación natural turística y espacio para la conservación inmobiliaria de la naturaleza. Esto ha tensionado hidrosocialmente el territorio en términos de percepción de disponibilidad y calidad del recurso hídrico, subsumiendo territorialidades y sentidos múltiples tradicionales bajo el imaginario de la conservación neoliberal de la naturaleza. La crítica al modelo de conservación inmobiliaria de la naturaleza propuesto en este artículo es útil para tensionar y problematizar el carácter “verde” de estos proyectos de conservación, que más que obedecer a una consciencia ecológica, responden a un tipo de especulación inmobiliaria de la naturaleza que requiere del discurso verde para legitimarse y territorializarse.
A Patagônia chilena, um território austral historicamente isolado, caracterizado por extensas áreas naturais de importância ecológica global, tem uma rica história ambiental de resistência, tendo como principal marco o enorme movimento social “Patagonia sin represas” e sua feroz defesa contra a ameaça hidrelétrica transnacional. Atualmente, persiste forte oposição ao extrativismo tradicional, de modo que o capital tem se voltado para adaptações “verdes”, materializadas em formas ecoextrativistas de mercantilização da natureza. Nesse contexto, este artigo tem como objetivo identificar e analisar essas novas ameaças ecoextrativistas. Para isso, a partir de uma perspectiva de ecologia política latino-americana, relacional e multimétodo (análise etnográfica, discursiva e documental), exploramos as reconfigurações hidrossociais e as características ecoextrativistas do desenvolvimento do turismo e o crescente fenômeno de subdivisão de terras na cidade de Puerto Río Tranquilo e no Valle de los Exploradores, região de Aysén, Chile. Conclui-se que o desenvolvimento do ecoturismo e a proliferação de projetos imobiliários de “ecoloteamentos” para fins conservacionistas representam modalidades ecoextrativistas refinadas, todas impulsionadas pelo paradigma da conservação neoliberal da natureza, que turistifica a Patagônia ao produzi-la como território com vocação turística natural e espaço para a conservação imobiliária da natureza. Isso colocou o território sob tensão hidrossocial em termos da percepção da disponibilidade e da qualidade dos recursos hídricos, submetendo as territorialidades tradicionais e os múltiplos significados ao imaginário da conservação neoliberal da natureza. A crítica do modelo de conservação imobiliária da natureza proposta neste artigo é útil para acentuar e problematizar o caráter “verde” desses projetos de conservação, que, em vez de obedecerem a uma consciência ecológica, respondem a um tipo de especulação imobiliária da natureza que requer um discurso verde para se legitimar e se territorializar.
Chilean Patagonia, a historically remote region known for its vast natural landscapes of global ecological importance, has a rich environmental history of resistance, epitomized by the monumental Patagonia Without Dams movement, which fiercely opposed transnational hydroelectric projects. While traditional extractivism continues to face strong opposition, capital has shifted towards “green” adaptations, manifesting as eco-extractive practices that commodify nature. This article seeks to identify and analyze these emerging eco-extractive threats. Drawing from a Latin American political ecology perspective and employing a relational, multi-method approach—ethnographic, discourse, and documentary analysis—the study examines hydro-social reconfigurations and the eco-extractive dynamics of tourism development and land parceling in Puerto Río Tranquilo and the Valle Exploradores in the Aysén region of Chile. The findings reveal that ecotourism and the proliferation of “eco-lot” real estate projects for conservation purposes are refined forms of eco-extraction, driven by the neoliberal conservation paradigm. This paradigm reimagines Patagonia as a tourist haven and a territory for real estate-driven conservation, creating hydro-social tensions by reshaping perceptions of water availability and quality. It also imposes neoliberal conservation narratives that overshadow and subsume traditional territorialities and cultural meanings. The critique advanced in this article challenges the “green” facade of these conservation projects, arguing that they represent not genuine ecological awareness but rather a form of real estate speculation reliant on green rhetoric to legitimize and expand their scope.