Mariluz Nova, Milton Piñeros Fuentes, Jaime Edison Rojas Mora
A partir de la ecología política, este artículo analiza los conflictos socioambientales que se desprenden de la disociación de la dialéctica sociedad-naturaleza y de la comprensión dualista y jerárquica urbano-rural. La investigación se sitúa en Bogotá en la vereda Pasquillita, cuyo territorio se ve afectado por el botadero de basura Doña Juana y por la expansión urbana. Se usan dos estrategias de investigación: (i) el estudio de las condiciones histórico-materiales de las injusticias que atraviesan estos territorios con la estimación de un índice de justicia socioambiental para describir la configuración de geografías de sacrificio; y (ii) la documentación y sistematización de experiencias, saberes y prácticas que emergen desde los procesos locales de autorreconocimiento y reexistencia campesina para evidenciar los procesos que constituyen geografías de la esperanza. La estimación del índice de justicia socioambiental permite evidenciar las desigualdades en la distribución de condiciones socioeconómicas y ecológicas entre las zonas rural y urbana. Por su parte, la documentación y sistematización de experiencias da cuenta de novedosas estrategias de acción colectiva de comunidades heterogéneas e identidades híbridas, que confluyen en propuestas alternativas de ser y habitar, arraigadas en la recuperación de las sabidurías de la tierra y de las tradiciones campesinas. Para ilustrar esto, se trabajó con la asociación campesina Asopasquillita, la cual tiene como propósito curar y cuidar el territorio. De esta manera, emerge la propuesta de territorios sabios en la ecología de saberes como criterio de justicia socioambiental. Con esto, se aporta al campo de conocimiento de la intersección entre la geografía crítica, los estudios rurales y los estudios de justicia ambiental, desde ontologías relacionales y en perspectiva decolonial y ecofeminista.
This article examines socio-environmental conflicts through the lens of political ecology, focusing on the disconnection within the society-nature dialectic and the dualistic, hierarchical understanding of urban-rural dynamics. The study is set in Bogotá, specifically in the Pasquillita village, a territory affected by the Doña Juana landfill and urban expansion. Two research strategies are used: first, an analysis of the historical and material injustices shaping these territories, using a socio-environmental justice index to highlight the inequalities that form sacrifice geographies; and second, the documentation and systematization of local experiences, knowledge, and practices arising from processes of self-recognition and peasant resilience to identify the creation of geographies of hope. The socio-environmental justice index reveals significant disparities in the distribution of socio-economic and ecological conditions between rural and urban areas, while the documentation of experiences showcases innovative strategies of collective action by diverse communities with hybrid identities, who propose alternative ways of living and being rooted in the recovery of ancestral knowledge and peasant traditions. This is illustrated through work with the Asopasquillita peasant association, which is committed to healing and caring for the land. From this emerges the concept of wise territories as part of an ecology of knowledge, serving as a guiding principle for socio-environmental justice. This research contributes to critical geography, rural studies, and environmental justice by incorporating relational ontologies and a decolonial and ecofeminist perspective.
A partir de uma perspectiva de ecologia política, neste artigo, são analisados os conflitos socioambientais que surgem da dissociação entre a dialética sociedade-natureza e a compreensão dualista e hierárquica urbano-rural. A pesquisa está situada em Bogotá, no distrito de Pasquillita, cujo território é afetado pelo depósito de lixo de Doña Juana e pela expansão urbana. São utilizadas duas estratégias de pesquisa: (i) o estudo das condições histórico-materiais das injustiças que atravessam esses territórios com a estimativa de um índice de justiça socioambiental para descrever a configuração das geografias do sacrifício; e (ii) a documentação e a sistematização de experiências, conhecimentos e práticas que emergem dos processos locais de autorreconhecimento e reexistência camponesa para demonstrar os processos que constituem as geografias da esperança. A estimativa do índice de justiça socioambiental permite destacar as desigualdades na distribuição das condições socioeconômicas e ecológicas entre as áreas rurais e urbanas. Por sua vez, a documentação e a sistematização de experiências revelam novas estratégias de ação coletiva de comunidades heterogêneas e identidades híbridas, que convergem em propostas alternativas de ser e habitar, enraizadas na recuperação da sabedoria da terra e das tradições camponesas. Para ilustrar isso, foi realizado um trabalho com a associação de camponeses Asopasquillita, cujo objetivo é curar e cuidar do território. Dessa forma, a proposta de territórios sábios surge na ecologia do conhecimento como um critério de justiça socioambiental. Com isso, contribui-se para o campo de conhecimento da interseção entre geografia crítica, estudos rurais e estudos de justiça ambiental, a partir de ontologias relacionais e em uma perspectiva decolonial e ecofeminista.