Deiver Vinícius de Melo, Pedro Daher Novo
A pergunta fundamental na filosofia do humor é: o que nos faz rir? Neste artigo, defenderemos a chamada teoria da incongruência, segundo a qual o riso é provocado pela apresentação de aspectos inconsistentes em um proferimento. Para isso, analisaremos como a pragmática da linguagem fornece maneiras de apresentar incongruências em piadas escritas e faladas e, consequentemente, de provocar a diversão cômica em uma audiência. Nosso foco será em implicaturas conversacionais, atos de fala e pressuposições, e como eles são usados em piadas. Esta não é uma análise exaustiva de todas as formas como incongruências são geradas em proferimentos cômicos; claro, há outros modos de apresentar desarmonias, tais como por meio aspectos semânticos. Por fim, discutiremos se piadas deveriam ser consideradas um tipo distinto de ato de fala, ao invés de só um uso parasitário da linguagem.
The fundamental question in philosophy of humor is: what makes us laugh? In this paper, we will hold the so-called incongruity theory, according to which laughter is provoked by the presentation of inconsistent features in an utterance. For that, we will analyze how pragmatics of language provides ways of presenting incongruities in written and spoken jokes and, hence, provoking a sensation of comic amusement in an audience. Our focus will be on conversational implicatures, speech acts, and presuppositions, and how they are used in joking. This is not an exhaustive analysis of all the ways incongruities are rendered in comic utterances; of course, there are other ways of presenting disharmonies, such as by means of semantic features. Finally, we will discuss whether jokes should be considered as a distinct kind of speech act, instead of just a parasitic use of language.