México
El Tratado de No Proliferación de Armas Nucleares en el mundo se ha venido debilitando. Los países que originalmente integraron el grupo BRICS (Brasil, Rusia, India, República Popular China y Sudáfrica) son los mayores depositarios de armas nucleares. Dos de sus miembros, Brasil y Sudáfrica, desmantelaron sus respectivos programas nucleares en la década de los 80 del siglo pasado. Por su parte, entre India, la República Popular China y Rusia poseen 6487 ojivas nucleares, y es Rusia la que cuenta con el mayor arsenal. Si bien los cinco países son suscriptores del Tratado de la No Proliferación de Armas Nucleares (TNP), la “opción nuclear” se considera plausible ante los cambios geopolíticos ocurridos en el siglo xxi. La energía nuclear tiene usos duales. Los BRICS coinciden en la importancia de la desnuclearización, pero mientras que los tres países con armas nucleares se encuentran modernizando y ampliando sus arsenales, Brasil debate hasta dónde su programa puede ir más allá de la esfera civil, en tanto Sudáfrica apuesta por la energía nuclear para su desarrollo. El artículo plantea que la posesión de armas nucleares ha sido un deseo de los cinco países en distintos momentos y que la desnuclearización no es un objetivo de ninguno de ellos actualmente. Antes bien Rusia, que ha desmantelado a la par de Estados Unidos una gran cantidad de sus arsenales, no desea entablar un proceso similar ni con la República Popular China ni con India, dado que ello revelaría secretos en los procesos de verificación respectivos. Aunque Rusia es el país más nuclearizado y el líder del grupo en este tema, no se observa una política de consenso al respecto con el resto de los BRICS. Así, el propósito del presente artículo es analizar la evolución de la agenda nuclear en cada uno de los cinco integrantes originales del grupo BRICS y las dificultades para acuñar una agenda común de cara a la no proliferación nuclear en el mundo. La metodología es descriptiva para explicar la evolución de la postura nuclear de cada integrante del grupo, para, posteriormente, mediante la prospectiva, proponer escenarios posibles de cara a la proliferación nuclear global. La pregunta de investigación es si los BRICS están en condiciones de concertar una postura común en materia de no proliferación nuclear y por qué.
The Treaty on the Non-Proliferation of Nuclear Weapons (NPT) has been weakening globally. The countries that originally formed the BRICS group (Brazil, Russia, India, People’s Republic of China, and South Africa) are the largest holders of nuclear weapons. Two of its members, Brazil and South Africa, dismantled their respective nuclear programs in the 1980s. Meanwhile, India, the People’s Republic of China, and Russia possess 6,487 nuclear warheads, with Russia holding the largest arsenal. Although all five countries are signatories to the NPT, the “nuclear option” is considered plausible in light of the geopolitical changes of the 21st century. Nuclear energy has dual uses. The BRICS countries agree on the importance of nuclear disarmament, but while the three nuclear-armed nations are modernizing and expanding their arsenals, Brazil debates how far its program can go beyond the civil sphere, while South Africa relies on nuclear energy for its development. This article argues that the possession of nuclear weapons has been a desire of all five countries at different times, and that nuclear disarmament is not a current goal for any of them. Russia, having dismantled a large portion of its arsenals along with the United States, does not wish to engage in a similar process with the People’s Republic of China or India, as this would reveal secrets in the respective verification processes. While Russia is the most nuclearized country and the leader of the group on this issue, there is no consensus policy on the matter with the rest of the BRICS. The purpose of this article is to analyze the evolution of the nuclear agenda within each of the five original BRICS members and the difficulties in forming a common agenda for nuclear nonproliferation globally. The methodology is descriptive, explaining the evolution of each member’s nuclear stance, and then, using foresight, proposing possible scenarios for global nuclear proliferation. The research question is whether the BRICS are in a position to agree on a common stance regarding nuclear nonproliferation and why.
O regime de não proliferação nuclear no mundo tem se enfraquecido. Os países que originalmente formaram o grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, República Popular da China e África do Sul) são os maiores detentores de armas nucleares. Dois de seus membros, o Brasil e a África do Sul, desmantelaram seus respectivos programas nucleares na década de 1980. Por outro lado, a Índia, a República Popular da China e a Rússia possuem juntas 6.487 ogivas nucleares, sendo a Rússia o país com o maior arsenal. Embora os cinco países sejam signatários do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), a “opção nuclear” é considerada plausível diante das mudanças geopolíticas ocorridas no século XXI. A energia nuclear tem usos duais. Os BRICS concordam quanto à importância da desnuclearização, mas enquanto os três países com armas nucleares estão modernizando e ampliando seus arsenais, o Brasil debate até onde seu programa pode ir além da esfera civil, enquanto a África do Sul aposta na energia nuclear para seu desenvolvimento. O artigo aponta que a posse de armas nucleares foi um desejo dos cinco países em momentos distintos e que a desnuclearização não é atualmente um objetivo de nenhum deles. Além disso, a Rússia, que desmantelou, junto com os Estados Unidos, grande parte de seus arsenais, não deseja iniciar um processo similar com a República Popular da China ou com a Índia, uma vez que isso revelaria segredos nos respectivos processos de verificação. Embora a Rússia seja o país mais nuclearizado e o líder do grupo nesse tema, não se observa uma política de consenso a respeito com os demais BRICS. Assim, o objetivo deste artigo é analisar a evolução da agenda nuclear em cada um dos cinco integrantes originais do grupo BRICS e as dificuldades para construir uma agenda comum em relação à não proliferação nuclear no mundo. A metodologia é descritiva para explicar a evolução da postura nuclear de cada integrante do grupo e, posteriormente, por meio de uma análise prospectiva, propor possíveis cenários em relação à proliferação nuclear global. A pergunta de pesquisa é se os BRICS estão em condições de acordar uma postura comum em matéria de não proliferação nuclear e por quê.