Valdivia, Chile
Este ensayo revisa las teorías sociológicas recientes del cambio social. Se muestra cómo ellas han experimentado un giro importante desde fines del siglo pasado, consistente en una lectura fuertemente pesimista, no solo sobre las perspectivas de futuro, sino también sobre las capacidades de los agentes sociales para incidir en el curso de los eventos. Las concepciones sobre la complejidad y la autorregulación de los sistemas sociales que caracterizaría a la actual sociedad global han tenido un rol clave en este giro. Se realiza una lectura histórico-crítica de este giro, identificando en él una universalización y una naturalización de versiones específicas e ideológicamente interesadas de las tendencias sociales. Se propone considerar a la complejidad y a la agencia como variables empíricas que coexisten, se combinan y condicionan de manera específica en cada contexto histórico y no como supuestos. Esta perspectiva permite mostrar que la impotencia social actual puede pensarse como una construcción social e histórica específica y no como un hecho sociológicamente necesario.
This essay reviews recent sociological theories of social change. It demonstrates how they have underonge a major shift since the end of the last century, characterized by a a strongly pessimistic diagnosis about both future prospects and the capacity of social agents to inform the course of events. Conceptions of complexity and self-regulation of social systems, seen as defining theories of today’s global society, have played a key role in this shift. Through a historical critical approach, the essay identifies the universalization and naturalization of specific, ideologically driven interpretations of social trends. It thereby suggests conceiving of complexity and agency as empirical variables that coexist, combine, and condition each other in specific historical contexts, rather than as assumptions. This perspective allows for the understanding that current social powerlessness can be thought of as a specific social and historicalconstruct, rather than as a socioligically necessary fact.
Este ensaio revisa as recentes teorias sociológicas da mudança social, destacando uma importante mudança desde o final do século passado. Essa mudança reflete uma visão fortemente pessimista, tanto sobre as perspectivas futuras quanto sobre a capacidade dos agentes sociais de influenciar eventos. Conceitos de complexidade e autorregulação dos sistemas sociais, vistos como características da sociedade global atual, desempenham um papel chave nessa mudança. Por meio de uma leitura histórico-crítica, o ensaio identifica a universalização e naturalização de interpretações específicas e ideologicamente motivadas das tendências sociais. Propõe tratar a complexidade e a agência como variáveis empíricas que coexistem e interagem em contextos históricos específicos, ao invés de suposições. Essa perspectiva revela que a impotência social atual pode ser entendida como uma construção social e histórica, e não como uma inevitabilidade sociológica.