Salamanca, España
Las sociedades portuguesa y española actuales se caracterizan por una profunda hiperconectividad. Gran parte de la actividad ya ha transitado de la realidad física al mundo lógico. Por lo tanto, deben enfrentar el aumento de los riesgos y amenazas que se ciernen sobre la seguridad pública y la seguridad nacional en la transición a las relaciones cibernéticas. Desde hace dos décadas, el ciberespacio ha comenzado a interesar al Derecho en diferentes ramas. Con algunas implicaciones constitucionales de extraordinaria importancia, la ciberseguridad está siendo regulada por normas administrativas en Portugal y España, lo que contrasta con la inmutabilidad de las leyes penales. Aunque la planificación pública ha mejorado significativamente en ambos países, una mirada crítica a los reglamentos penales positivos actuales arroja resultados altamente insatisfactorios. Aquí se propone una metodología interdisciplinar de análisis de un conjunto de propuestas legislativas, dado que la obsolescencia del tenor literal de algunos artículos escritos antes de la existencia de medios tecnológicos revela un aumento de la vulnerabilidad social, que exige una actualización para incorporar cambios significativos en la tipificación de conductas punibles y en la modulación de la autoría y la complicidad. El particular carácter tutelar del Derecho Penal y la relevancia de sus respuestas jurídicas obliga a resistir las demandas de los sectores técnicos que impliquen un mayor populismo punitivo.
Current Portuguese and Spanish societies are characterized by profound hyperconnectivity. They must face the increase in risks and threats that loom over public safety and national security in the transition from the physical to the logical world. Cyberspace has become an object of study of Law two decades ago. Cybersecurity, consequently, has been partially regulated by administrative regulations, but some constitutional implications seem to have extraordinary importance, which contrasts with the immutability of criminal laws. Although public planning has improved significantly in both countries, a critical glance at current positive penal regulations yields highly unsatisfactory results. An interdisciplinarity methodology is proposed for situation analysis and a set of legislative proposals, as the obsolescence of the literal content of some articles written before the existence of technological means reveals a notorious increase in social vulnerability, which requires an update to incorporate significant changes in the classification of punishable conduct and in the modulation of authorship and participation. The particular protective nature of Criminal Law and the relevance of its legal responses requires to resist the demands from technical sectors that imply greater punitive populism.
As sociedades portuguesa e espanhola atuais caraterizam-se por uma profunda hiperconetividade. Boa parte da atividade transita já da realidade física para o mundo lógico. Portanto, devem enfrentar o aumento dos riscos e ameaças que pairam sobre a segurança pública e a segurança nacional na transição às relações cibernéticas. Há duas décadas o ciberespaço passou a interessar ao Direito em diferentes ramos. Com algumas implicações constitucionais de extraordinária importância, a cibersegurança está a ser regulada por normas administrativas em Portugal e Espanha, o que contrasta com a imutabilidade das leis penais. Embora o planeamento público tenha melhorado significativamente em ambos os países, um olhar crítico sobre os regulamentos positivos penais atuais produz resultados altamente insatisfatórios. Propõe-se aqui uma metodologia interdisciplinar de análise de um conjunto de propostas legislativas, dado que a obsolescência do teor literal de alguns artigos escritos antes da existência de meios tecnológicos revela um aumento da vulnerabilidade social, que exige uma atualização para incorporar mudanças significativas na tipificação das condutas puníveis e na modulação da autoria e da cumplicidade. O particular carácter tuitivo do Direito Penal e a relevância das suas respostas jurídicas obriga a resistir às exigências dos setores técnicos que impliquem um maior populismo punitivo.