A mobilidade ativa entre escolares tem sido considerada importante para a promoção de saúde ao incorporar a prática de atividade física na rotina de adolescentes. No entanto, são limitados os estudos que avaliam contextos de vulnerabilidade em cidades brasileiras. O objetivo foi analisar os modos de deslocamento, os hábitos de atividade física e as percepções do ambiente construído no caminho e no bairro da escola, de adolescentes, em função do sexo, raça e nível de escolaridade da mãe. 563 estudantes responderam a um questionário com dados sociodemográficos, modos de deslocamento, hábitos de atividade física e aspectos relacionados ao ambiente construído. Os estudantes foram divididos em três grupos: a) meninos brancos cujas mães possuíam maiores níveis de escolaridade (MBA); b) meninas pretas e pardas, filhas de mães com baixo nível de escolaridade (FPB) e; c) meninas pretas e pardas cujas mães possuíam maiores níveis de escolaridade (FPA). Se por um lado o grupo FPB foi o que caminhou com mais frequência à escola (52%), por outro, foi o que menos atingiu níveis adequados de atividade física (27%) e prática esportiva (19%). Quando comparados ao grupo MBA (51%), os grupos FPB (29%) e FPA (37%) relataram com menor frequência uma boa percepção de saúde (p <0,001). Não foram observadas diferenças significativas quanto a percepção do ambiente construído (p > 0,05). Concluímos que o deslocamento ativo para escola parece não ser suficiente para que estudantes de grupos vulneráveis atinjam níveis adequados de atividade física e boa percepção de saúde.