O artigo investiga a construção histórica do carnaval no Brasil, destacando seu desenvolvimento até se tornar um fenômeno internacional amplamente difundido pela mídia. A análise revela o papel ambíguo da mídia, que tanto reforça a tradição carnavalesca quanto a transforma em espetáculo, promovendo uma narrativa nacionalista que frequentemente ofusca a autenticidade e a hibridez das culturas locais, especialmente no contexto das influências africanas. A Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira é utilizada como exemplo dessa dinâmica, sendo apresentada ora como símbolo de tradição, ora como produto midiático. Com base nas reflexões de Peter Fry, o artigo problematiza a ideia de símbolo nacional no Brasil, ao analisar a apropriação de rituais e estéticas africanas como representações da brasilidade. A pesquisa adota uma abordagem etnográfica, utilizando análise documental, entrevistas, redes sociais e observação de campo, especialmente no evento da Mangueira realizado em julho de 2024. O estudo tem como principal objetivo compreender como a Mangueira se adapta às novas tecnologias de comunicação e mantém sua interação com o público no ambiente digital. Verifica-se uma mudança na estratégia de comunicação da escola, com as redes sociais assumindo papel central na divulgação de eventos, produtos e na oferta de serviços sociais à comunidade, abrangendo educação, esporte, lazer e saúde, beneficiando diversas faixas etárias e localidades.