Wagner Aparecido da Silva
RESUMOA poesia de Florbela Espanca reflete as profundas contradições humanas. Nos poemas "Vaidade" e "Supremo Enleio," o eu-lírico oscila entre a consciência de insignificância e a transcendência, explorando as complexidades do amor, do sofrimento e da autopercepção. Este artigo analisa essas nuances e destaca como Espanca aborda questões existenciais em um contexto literário e social que frequentemente silencia vozes femininas. A análise foca nos conflitos internos e nos desejos frustrados do eu-lírico, revelando a riqueza emocional e a profundidade poética da obra de Espanca. Embora tenha uma relevância significativa, sua poesia foi pouco reconhecida em sua época. O estudo enfatiza a importância de resgatar a subjetividade florbeliana em um cenário literário dominado por vozes masculinas, celebrando a singularidade de suas expressões artísticas. Ao confrontar normas patriarcais e questionar expectativas sociais, Espanca constrói um corpo de trabalho que desafia as convenções de seu tempo, oferecendo uma voz poderosa e sensível. Esta pesquisa não apenas propõe uma análise poética de suas composições, mas também discute a representação do eu-lírico feminino, destacando seu papel na subversão do apagamento histórico das vozes femininas na literatura. Sua obra, marcada por intensa profundidade emocional, é crucial para promover o reconhecimento da poética feminina e integrar essas experiências na educação literária. Analisar a obra de Florbela Espanca é complexo, pois suas referências estão intrinsecamente ligadas às angústias que moldaram sua vida. Sua poesia revela uma mulher multifacetada, oscilando entre sofrimento, exaltação e amor, e, em última análise, oferece uma profunda jornada emocional.