En México, Veracruz tiene un papel estratégico en la configuración territorial debido a su localización y a la existencia de abundantes recursos petroleros. Desde finales del siglo xx adquirió una dinámica particular debido a la propagación de actividades ilegales que expandieron la economía criminal, tales como el robo de hidrocarburos y el tráfico de personas. Además, la presencia de puertos industriales y pesqueros facilitó la entrada y salida de drogas, armas y personas hacia Europa y Estados Unidos. En la última década este estado ha registrado un aumento en la criminalidad y las disputas por el control del territorio entre los distintos grupos delincuenciales. Este trabajo tiene como objetivo mostrar que el comportamiento de la violencia criminal expresada en homicidios no se distribuye espacialmente de manera aleatoria, debido a que es una de las expresiones de las disputas por el territorio entre actores del crimen organizado que buscan la apropiación de las rutas de mercancías ilegales y la posesión de recursos naturales estratégicos. El análisis realizado a partir del índice de Moran, utilizando las tasas de homicidios de la entidad correspondientes al periodo comprendido entre los años 2001 y 2018, evidenció patrones de concentración espacial de la violencia a lo largo de la entidad. Específicamente, se identificaron tres grandes bloques de aglomeración de los homicidios (sur, centro y norte) así como algunos conjuntos de municipios fuera de los bloques. Para analizar la relación entre la concentración de los homicidios y las disputas por el territorio entre organizaciones criminales, se realizó una revisión bibliográfica y hemerográfica sobre enfrentamientos entre organizaciones criminales en el estado de Veracruz en el mismo periodo. En los tres bloques se hallaron evidencias de enfrentamientos entre organizaciones criminales, así como elevadas tasas de homicidios por la presencia de rutas de tráfico ilegal de drogas y personas, también, de puertos y tomas clandestinas de hidrocarburos. Finalmente, se presentan algunas limitaciones del análisis con el índice de Moran para explicar otras formas de violencia en el territorio.
No México, Veracruz tem um papel estratégico na configuração territorial devido à sua localização e à existência de abundantes recursos petrolíferos. Desde o final do século 20, Veracruz adquiriu uma dinâmica particular devido à disseminação de atividades ilegais que expandiram a economia do crime, como o roubo de hidrocarbonetos e o tráfico de pessoas. Além disso, a presença de portos industriais e pesqueiros facilitou a entrada e saída de drogas, armas ou pessoas para a Europa e os Estados Unidos. Na última década, neste estado aumentou a criminalidade e as disputas pelo controle do território entre diferentes facções criminosas. Este artigo mostra que o comportamento da violência criminal, expresso em homicídios, não se distribui espacialmente de forma aleatória, mas é uma expressão de disputas pelo território entre atores criminosos que buscam a apropriação de rotas de tráfico de drogas e o controle de recursos naturais estratégicos. A análise realizada a partir do índice de Moran, utilizando as taxas de homicídios do estado correspondentes ao período 2001-2018, este trabalho mostra que há padrões de concentração espacial da violência que podem ser identificados em Veracruz. Especificamente, três grandes blocos de aglomeração de homicídios foram identificados (Sul, Centro e Norte), bem como alguns conjuntos de municípios fora dos blocos. Para analisar a relação entre a concentração de homicídios e as disputas de território entre organizações criminosas, foi realizada uma revisão bibliográfica e jornalística sobre confrontos entre organizações criminosas em Veracruz no mesmo período. Nestes três blocos foram encontrados indícios de confrontos entre organizações criminosas, além de elevados índices de homicídios pela presença de rotas ilegais de drogas e tráfico de pessoas, portos e captação clandestina de hidrocarbonetos. Este artigo também identifica algumas limitações do índice de Moran para explicar outras formas de violência num território.
Due to its location and the existence of oil resources, Veracruz, in Mexico, has a strategic role in the territorial configuration. Since the end of the 20th century, it acquired a particular dynamic due to the spread of illegal activities that expanded the criminal economy, as oil theft and human trafficking. In addition, the presence of industrial and fishing ports facilitated the entry and exit of drugs, weapons, and people to Europe and the United States. In the last decade, in Veracruz there has been an increase in crime and disputes between different criminal groups to control the territory. This work intends to show that the behavior of criminal violence, expressed in homicides, is not spatially distributed in a random way, rather it is an expression of disputes over territory between criminal actors who seek the appropriation of drug trafficking routes and the control over strategic natural resources. Using Moran’s index, with data related to local homicide rates between 2001 and 2018, this paper shows that patterns of spatial concentration of violence can be identified throughout Veracruz. Specifically, three large homicide agglomeration blocks were identified (South, Center, and North) as well as some sets of municipalities outside the blocks. To analyze the relationship between the concentration of homicides and disputes over territory between criminal organizations, a bibliographic and newspaper review was carried out on confrontations between criminal organizations in Veracruz in the same period. In these three blocks, evidence of clashes between criminal organizations were found as well as high homicide rates due to the presence of illegal drug and human trafficking routes, ports, and clandestine intakes of hydrocarbons. This work also identifies some limitations of Moran’s index to explain other forms of violence in a territory.