En este artículo se exploran etnográficamente las prácticas, discursos y experiencias de líderes de comunidades evangélicas en Colombia en relación con la identificación y atención de la violencia sexual en sus comunidades de influencia, principalmente poblaciones en situación de desplazamiento forzado y afectadas por el conflicto armado.
La violencia sexual se ha utilizado como arma de guerra por todos los actores del conflicto armado colombiano, afectando principalmente a mujeres en todo el país, y frente al cual prevalece la impunidad y el silencio. En este contexto, el artículo parte del reconocimiento de la influencia de las comunidades y discursos religiosos como organizaciones que tienen amplia presencia en los territorios del país, urbanos y rurales, así como su rol en la promoción u obstaculización de los derechos de las mujeres y la atención de las violencias basadas en el género, incluyendo las violencias sexuales. Es así como el análisis propuesto aborda aspectos individuales y también colectivos de las organizaciones evangélicas, presentando relatos y testimonios de los líderes religiosos, discursos doctrinales, principales características en las organizaciones evangélicas y aspectos del contexto que influyen en la compresión y atención de la violencia sexual o, por el contrario, en su exclusión e invisibilización en las prácticas religiosas.
A partir de entrevistas semiestructuradas de líderes de iglesias y de iniciativas sociales de seis comunidades evangélicas en diferentes territorios del país, se proponen tres niveles de clasificación para diferenciar las experiencias y conocimientos frente al fenómeno de la violencia sexual en las comunidades religiosas. Estos tres niveles propuestos presentan debates y tensiones relacionados con cinco aspectos: primero, el tabú que rodea a este fenómeno; segundo, el acceso a formación con los que cuentan líderes de las comunidades evangélicas; tercero, las posibilidades de articulación con las instituciones estatales competentes para atender la violencia sexual; cuarto, los riesgos en territorios donde prevalece la violencia armada; y finalmente, los obstáculos, en comunidades donde se reproducen discursos que pueden invisibilizar la violencia sexual y fomentar su naturalización.
The article ethnographically explores the practices, discourses, and experiences of leaders of Colombian evangelical religious organizations concerning the identification and attention of sexual violence in their communities of influence, mainly populations in situations of forced displacement and affected by the armed conflict.
Sexual violence has been used as a weapon of war by all actors in the Colombian armed conflict, affecting mainly women throughout the country and against which impunity and silence prevail. In this context, the article starts from the recognition of the influence of communities and religious discourses of these organizations that have a broad presence in the territories, urban and rural, as well as their role in promoting or obstructing women's rights and attention of gender-based violence, including sexual violence. The proposed analysis addresses individual and collective aspects of evangelical organizations, presenting stories and testimonies of religious leaders, doctrinal discourses, main characteristics in evangelical organizations, and elements of the context that influence the understanding and attention of sexual violence or the exclusion and invisibility in the religious practices.
Based on semi-structured interviews with church leaders and social initiatives from six evangelical organizations, three categories of classification are proposed to different experiences and knowledge regarding the phenomenon of sexual violence in religious communities. The three categories present debates and tensions over five factors: first, the taboo that surrounds sexual violence; second, the training for leaders of evangelical communities while addressing sexual violence; third, the articulation of churches with state institutions to handle sexual violence cases; fourth, the risks in territories where armed violence prevails; and finally, the obstacles that strengthen the invisibility and encourage the naturalization of sexual violence.
Neste artigo exploram-se etnograficamente as práticas, discursos e experiências de lideranças de comunidades evangélicas na Colômbia voltadas à identificação e atenção da violência sexual em suas comunidades de influência, principalmente em populações em situação de deslocamento forçado e afetadas pelo conflito armado.
A violência sexual tem sido utilizada como arma de guerra por todos os atores do conflito armado colombiano, impactando principalmente mulheres em diversos territórios do país, e diante da qual prevalecem a impunidade e o silêncio. Nesse contexto, o artigo parte do reconhecimento da influência das comunidades e discursos religiosos como organizações com ampla presença nos territórios do país, tanto urbanos quanto rurais, assim como do seu papel na promoção ou obstaculização dos direitos das mulheres e da atenção das violências baseadas em gênero, que incluem as violências sexuais. A análise proposta aborda aspectos individuais e coletivos das organizações evangélicas e aspectos do contexto que podem influenciar na compreensão e atenção da violência sexual, ou na sua exclusão e invisibilização dentro das práticas religiosas.
A partir de entrevistas semiestruturadas de lideranças religiosas de iniciativas sociais de seis comunidades evangélicas em diferentes territórios do país, propõem-se três níveis de classificação para diferenciar as experiências e conhecimentos diante do fenômeno da violência sexual nas comunidades religiosas. Estes níveis apresentam debates e tensões ligados a cinco aspectos: primeiro, o tabu em torno desse fenômeno; segundo, o acesso à educação formal das lideranças das comunidades evangélicas; terceiro, as possibilidades de articulação com as instituições estatais competentes na atenção da violência sexual; quarto, os riscos nos territórios onde prevalece a violência armada; e finalmente, os obstáculos em comunidades que reproduzem discursos que podem invisibilizar a violência sexual e estimular sua naturalização.