Mónica Ayala, Nydia Obregón Velasco, María del Rocío Figueroa Varela
La pandemia por covid-19 en México tuvo consecuencias importantes para la economía y las dinámicas sociales, y no solo en la salud. Fruto de las políticas neoliberales, el impacto se percibió especialmente en las mujeres. En general, se reportó sobrecarga en el hogar y precarización en el trabajo extradoméstico. El objetivo del estudio fue analizar narrativas sobre precariedad laboral y sobrecarga familiar, al enfrentar el covid-19 las mujeres de tres estados de México. En un estudio exploratorio cualitativo, se analizaron narrativas de ocho mujeres residentes en las ciudades de Morelia, Tepic y Mexicali, con empleos fuera del hogar. Los hallazgos, analizados con una perspectiva de género, visibilizan formas de subjetivación marcadas por la precarización laboral, con énfasis en lo individual sobre lo colectivo. Los relatos evidenciaron sobrecarga de trabajo en la unidad doméstica, autoexplotación laboral y afectaciones a la salud física y mental de las participantes. Se registraron los cambios necesarios en la adaptación forzosa para cerrar la brecha digital y la necesidad de moverse laboralmente al campo de la microempresa. Todo ello trasformó las dinámicas familiares y sus propios recursos personales. Se discute la necesidad de reemplazar el enfoque de empoderamiento individual por un modelo sociocomunitario en donde el trabajo no remunerado no profundice las brechas de género.
The Covid-19 pandemic in Mexico had significant consequences for the economy and social dynamics not only in health. Given the neoliberal policies, the impact was especially perceived in women. In general, home overload and precariousness in extra-domestic work was reported. The objective of the study was to analyze the narratives about job insecurity and family burden by Covid-19 of women from three states of the Mexican Republic. In a study qualitative and exploratory study we analyzed the narratives of eight women with jobs outside the home located in the cities of Morelia, Tepic, and Mexical. The findings, analyzed with a gender perspective, allow to visualize forms of subjection according to job insecurity with emphasis on the individual over the collective. Their stories show the overload within the domestic unit, work self-exploitation, and the consequences on the physical and mental health, as well as the necessary changes to adapt the digital gap that they had to respond to, they needed to turn to micro-entrepreneur to generate incomes. All of this implied family dynamic changes and their own personal resources. We discuss the need to replace the individual empowerment approach to a socio-community model, where unpaid work does not deepen gender gaps.
A pandemia de covid-19 no México teve consequências importantes para a economia e a dinâmica social, não apenas na saúde. Como resultado das políticas neoliberais, o impacto foi sentido principalmente pelas mulheres. Em geral, tem sido relatada sobrecarga no domicílio e precarização no trabalho extradoméstico. O objetivo do estudo foi analisar narrativas sobre insegurança no trabalho e sobrecarga familiar contra a covid-19 de mulheres de três estados do México. O estudo qualitativo, de natureza exploratória, se deu por meio da análise das narrativas de oito mulheres residentes nas cidades de Morelia, Tepic e Mexicali, com trabalhos fora de casa. Os resultados, analisados sob a perspectiva de gênero, tornam visíveis formas de subjetivação condizentes com a precarização do trabalho, em que o individual é enfatizado sobre o coletivo. Os relatos mostram a sobrecarga dentro da unidade doméstica, a autoexploração no trabalho e as consequências na saúde física e mental dos participantes. Foram registadas as alterações necessárias na adaptação para fechar a brecha digital e a necessidade de se mudar o trabalho para o campo da microempresa. Tudo isso transformou a dinâmica familiar e seus próprios recursos pessoais. Discute-se a necessidade de substituir a abordagem de empoderamento individual por um modelo sociocomunitário onde o trabalho não remunerado não aprofunde as diferenças de gênero.