Este documento se centra en el teletrabajo (TT), forma laboral remota, definida básicamente por el uso de nuevas tecnologías de información y comunicación y por la flexibilización de lugares y tiempos de trabajo. Se atiende específicamente a la condición de las teletrabajadoras en los sectores comercial y de servicios, altamente teletrabajables, debido al alto riesgo que afrontaron en pandemia, fruto del contacto físico estrecho que suponen estos sectores. La deslocalización propia del TT —que en pandemia se realizó en los domicilios— tensiona los tiempos y formas de trabajo tradicionales e intensifica especialmente los tiempos de ocupación de las teletrabajadoras. Y dado que son ellas las que asumen preferentemente el cuidado y las labores domésticas, esto se traduce en la vivencia de jornadas extensas de trabajo y en la concurrencia de labores productivas y reproductivas. Sin embargo, ello no afecta a todas las teletrabajadoras de la misma manera, sino según una serie de categorías a las que se adscriben, que particularizan las experiencias de trabajo y de vida, así como las estrategias de conciliación entre trabajo y “no trabajo” que despliegan. El objetivo de este documento es proponer un andamiaje conceptual situado que permita comprender las tensiones y experiencias diversas y desiguales de TT femenino en pandemia y proyectar escenarios de pospandemia. Para ello se revisó literatura reciente y referencias seminales en los estudios sociales del trabajo, atendiendo especialmente a la condición de las trabajadoras. La metodología consistió básicamente en la revisión de la literatura y las estadísticas del trabajo, tras una caracterización de la condición actual de las teletrabajadoras. El aporte principal está en haber avanzado en la definición de nociones conceptuales útiles al análisis de una fuerza de trabajo femenina con una significativa heterogeneidad. De acuerdo a Montero (2000) el TT en particular, supuso un desafío conceptual, ya que los enfoques hasta ahora utilizados se han aplicado a trabajos precarios y no admitirían la heterogeneidad en las condiciones laborales, que no son necesariamente ni siempre precarias.
The document proposed here will focus on telework (TT), a form of remote work basically defined by the use of ict and the flexibility of work places and times. Specifically addressing the condition of teleworkers in two sectors that due to the Pandemic are configured as typical sectors, because they are highly teleworkable, and high risk given the close physical contact they entail, these are the commerce and service sectors. The relocation of the tt, that in a Pandemic has been in the homes, stresses the times and traditional forms of work, especially intensifying the occupation times of teleworkers, since they are the ones who preferably assume the care and domestic tasks, translating into the experience of long hours of work due to the concurrence of productive and reproductive work. However, this concurrence does not affect all teleworkers in the same way, but differs according to a series of categories to which they ascribe, particularizing work and life experiences, as well as the reconciliation strategies between work and idleness that they display. The objective of this document is to propose a situated conceptual scaffolding that allows understanding the tensions and diverse and unequal work experiences of women who work in the TT, in the moments of pandemic and projecting scenarios of a post-pandemic future. To do this we used a review of recent literature and seminal references in the social studies of work, paying special attention to the condition of female workers. The methodology basically consisted of a review of the literature and work statistics after a characterization of the current condition of teleworkers. The main contribution is to advance in the definition of useful conceptual notions in the analysis of a female workforce that includes significant heterogeneity. TT in particular would constitute a conceptual challenge, since the approaches used up to now have been applied to precarious jobs and would not admit a heterogeneity of working conditions that are not necessarily or always precarious.
Este documento enfoca-se no teletrabalho (TT), uma forma de trabalho remoto, definida basicamente pelo uso de novas tecnologias da informação e comunicação e a flexibilização dos locais e horários de trabalho. Aborda-se especificamente a condição das teletrabalhadoras nos setores de comércio e serviços, altamente inclinados ao teletrabalho, devido ao risco que enfrentaram na pandemia, dado o contato físico próximo envolvido nesses setores. A deslocalização inerente ao TT — que na pandemia acontecia em casa —, coloca em tensão os tempos e formas tradicionais de trabalho, e intensifica especialmente os horários de ocupação das teletrabalhadoras. E como são elas que assumem preferencialmente os cuidados e tarefas domésticas, isto se traduz em longas horas de trabalho devido à simultaneidade do trabalho produtivo e reprodutivo. No entanto, esta simultaneidade não atinge todas as teletrabalhadoras da mesma forma, mas difere de acordo com uma série de categorias a que elas atribuem e que particularizam as experiências de trabalho e de vida, bem como as estratégias de conciliação trabalho-vida pessoal que elas exibem. O objetivo deste documento é propor um andaime conceitual situado que permita compreender as tensões e experiências diversas e desiguais de trabalho das mulheres que trabalham no TT, nos momentos atuais de pandemia e projetar cenários de um futuro pós-pandêmico. Para tanto, utilizou-se uma revisão da literatura recente e referências seminais nos estudos sociais do trabalho, com atenção especial à condição das trabalhadoras. A metodologia consistiu basicamente na revisão da literatura e nas estatísticas do trabalho, esta última após uma caracterização da situação atual dos teletrabalhadores. A principal contribuição deste documento é avançar na definição de noções conceituais úteis na análise de uma força de trabalho feminina que inclui uma heterogeneidade significativa. Em relação ao TT em particular, foi um desafio conceitual, uma vez que as abordagens utilizadas até agora foram aplicadas a empregos precários e não admitiriam uma heterogeneidade de condições de trabalho, que não são necessariamente ou sempre precárias.