Guillermo Castillo Ramírez
En el contexto de la contingencia del covid-19 en México, y desde el abordaje de los planteamientos teóricos de la autonomía de las migraciones, este artículo, con base en la revisión de diversas fuentes oficiales e informes de derechos humanos sobre poblaciones migrantes en la pandemia, argumenta que, debido a ciertas políticas migratorias durante el año inicial de la emergencia sanitaria (2020), se incrementaron los procesos estatales de contención territorial y de cierre de fronteras hacia los migrantes originarios del Norte de Centroamérica (NC) con destino a Estados Unidos (EE. UU.), y en tránsito irregularizado por territorio mexicano. Tanto a nivel de Norteamérica y Centroamérica, durante 2020 el territorio mexicano fungió como un dispositivo de control migratorio en múltiples escalas: regional (en lo relativo al corredor migratorio NC-México-EE. UU.), nacional (en lo concerniente a México) y local (en las fronteras sur con Guatemala y norte con EE. UU.). Esto se expresó en un régimen fronterizo caracterizado por diversas políticas, prácticas y discursos estatales del gobierno mexicano sobre el control de las movilidades transfronterizas de poblaciones extranjeras, y fuertemente determinado por la agenda de las políticas (anti)inmigración del gobierno estadounidense de Donald Trump, en una explícita dinámica de externalización de fronteras (de EE. UU. hacia México). Este trabajo muestra cómo se llevaron a cabo dichos procesos mediante las producciones de diferentes fronteras que, no solo se materializaron en obstáculos y barreras físicas —como muros, vallas, cercas, garitas—, sino que también se expresaron como prácticas y acciones de vigilancia y contención hacia poblaciones migrantes en tránsito (mediante retenes, despliegues de fuerzas de seguridad, operativos de persecución migratoria, vaciamiento de centros de detención y deportaciones exprés, entre otras). Uno de los aportes de este trabajo es mostrar que, durante el primer año de la pandemia, disminuyeron de forma significativa las migraciones del NC con destino a EE. UU. Se apunta que esto aconteció en el marco de los procesos de securitización fronteriza por parte del gobierno mexicano, haciéndose más precarias las condiciones de vida y tránsito de los migrantes irregularizados.
No contexto da contingência do covid 19 no México, e desde a abordagem da proposta teórica da autonomia das migrações, este artigo, baseado na revisão de várias fontes oficiais e relatórios de direitos humanos sobre populações migrantes na pandemia, argumenta que , devido a certas políticas migratórias durante o ano inicial da emergência sanitária (2020), aumentaram os processos estatais de contenção territorial e fechamento de fronteiras para migrantes originários do norte da América Central (NC) em direção aos Estados Unidos (EE. UU.) e em trânsito irregular pelo território mexicano. Tanto a nível da América do Norte como da América Central, durante o primeiro ano da emergência covid 19 (2020) o território mexicano serviu como um dispositivo de controle migratório em múltiplas escalas: regional (em relação ao corredor migratório nc-México- EE. UU.), nacional (em relação ao México) e locais (na fronteira sul com a Guatemala e na fronteira norte com os EE. UU.). Isso se expressou em um regime fronteiriço caracterizado por diversas políticas, práticas e discursos estatais do governo mexicano sobre o controle das mobilidades transfronteiriças de populações estrangeiras, e fortemente determinado pela agenda das políticas (anti)imigrantes do governo estadunidense de Donald Trump, numa dinâmica explícita de externalização das fronteiras (dos EE. UU. para o México). Este trabalho mostra como esses processos foram realizados por meio das produções de diferentes fronteiras. As fronteiras não se materializaram apenas em obstáculos e barreiras físicas (como muros, cercas, cercas, guaritas). Expressaram-se também como práticas e ações de vigilância e contenção junto das populações migrantes em trânsito (através de postos de controlo, destacamento de forças de segurança, operações de perseguição à imigração, esvaziamento de centros de detenção e deportações expressas, entre outros). Uma das contribuições deste trabalho é mostrar que, durante o primeiro ano da pandemia, a migração do NC para os EE. UU. diminuiu significativamente. Assinala-se que isso ocorreu no marco dos processos de securitização de fronteiras por parte do governo mexicano, tornando mais precárias as condições de vida e trânsito dos migrantes irregulares.
In the context of the covid 19 contingency in Mexico, and from the approach of the theoretical proposal of the autonomy of migrations, this article, based on the review of various official sources and human rights reports on migrant populations in the pandemic, argues that, due to certain migration policies during the initial year of the health emergency (2020), the increase of state processes of territorial containment and border closures towards migrants originating from the North of Central America (NC) heading towards United States (US), and in irregular transit through Mexican territory. Both at the level of North and Central America, during the first year of the covid 19 emergency (2020) the Mexican territory served as a migratory control device on multiple scales: regional (in relation to the NC-Mexico-US migration corridor), national (about Mexico), and local (on the southern border with Guatemala and the northern border with the US). This was expressed in a border regime characterized by various policies, practices, and state discourses of the Mexican government on the control of cross-border mobilities of foreign populations, and strongly determined by the agenda of the (anti)immigrant policies of the US government of Donald Trump, in an explicit dynamic of externalization of borders (from the us to Mexico). This work shows how these processes were carried out through the productions of different borders. The borders not only materialized in obstacles and physical barriers (as walls, fences, sentry boxes). They were also expressed as surveillance and containment practices and actions towards migrant populations in transit (through checkpoints, deployment of security forces, immigration persecution operations, emptying of detention centers, and express deportations, among others). One of the contributions of this work is to show that, during the first year of the pandemic, migration from NC to the US decreased significantly. It is pointed out that this happened in the framework of the border securitization processes by the Mexican government, making the living and transit conditions of irregular migrants more precarious.