Thiago da Costa Lopes, Ede C. Bispo Cerqueira
, Simone Petraglia Kropf
El artículo examina el debate sobre la expertise que movilizó los estudios sociales de la ciencia y la tecnología (Science, Technology and Society/STS) en las dos primeras décadas del siglo XXI. Ese debate puso en tela de juicio no solo las agendas de investigación y los marcos teóricos del campo, sino también las implicaciones políticas y sociales del propio trabajo de sus estudiosos. El tema de la expertise cobra relevancia tanto en situaciones donde se demanda mayor participación social en la agenda pública que involucra saberes técnicos, como frente a negacionismos que atentan contra la credibilidad de la ciencia. ¿Qué papel deben jugar los STS, comprometidos como están en resaltar los vínculos entre ciencia y sociedad, en estos escenarios? ¿Cómo reconocer la autoridad de los científicos sin reiterar las viejas concepciones positivistas sobre la ciencia? Analizamos dos momentos clave en los que el campo se centró en estos temas: la discusión suscitada por la Sociología normativa de la expertise de Harry Collins y Robert Evans a principios de la década de 2000 y los debates sobre la «posverdad» desencadenados a partir de 2016, con el ascenso de las nuevas derechas. A la luz de los desafíos contemporáneos, tanto académicos como políticos, se hace necesario un examen de estas discusiones, incluyendo el fortalecimiento de las instituciones científicas como una dimensión crucial de la democracia.
The article examines the debate on expertise that mobilized the field of science studies (Science, Technology and Society/ STS) in the first two decades of the twenty-first century. It called into question not only the research agendas and theoretical frameworks of the field, but also the political and social implications of the work conducted by scholars within its realm. The matter of expertise becomes particularly relevant both in situations where greater social participation in the public agenda involving technical knowledge is demanded and in the face of denialisms that attack the credibility of science. What role should STS, committed to highlighting the links between science and society, play in these scenarios? How to recognize the authority of scientists without reiterating the old positivist conceptions about science? We analyze two key moments in which the field focused on these issues: the discussion raised by the normative Sociology of expertise proposed by Harry Collins and Robert Evans in the early 2000s and the debates on ‘post-truth’ triggered in 2016, amid the rise of the new far-right. An examination of these discussions is necessary considering the contemporary challenges, both academic and political, involving the strengthening of scientific institutions as a crucial dimension of democracy.
O artigo examina o debate sobre a expertise, que mobilizou os estudos sociais da ciência e da tecnologia (Science, Technology and Society/STS) nas duas primeiras décadas do século XXI. Esse debate colocou em questão não apenas as agendas investigativas e os balizamentos teóricos do campo, mas também as implicações políticas e sociais do próprio ofício de seus estudiosos. O tema da expertise ganha relevância tanto em situações em que se reivindica maior participação social na agenda pública envolvendo conhecimentos técnicos quanto em face dos negacionismos que atacam a credibilidade da ciência. Que papel os STS, empenhados em evidenciar os nexos entre ciência e sociedade, devem desempenhar nesses cenários? Como reconhecer a autoridade dos cientistas sem reiterar as antigas concepções positivistas sobre a ciência? Analisamos dois momentos-chaves em que o campo se debruçou sobre tais questões: a discussão suscitada pela Sociologia normativa da expertise de Harry Collins e Robert Evans no início dos anos 2000 e os debates sobre “pós-verdade” desencadeados a partir de 2016, com a ascensão das novas direitas. Um exame dessas discussões se faz necessário à luz dos desafios contemporâneos, ao mesmo tempo acadêmicos e políticos, envolvendo o fortalecimento das instituições científicas como dimensão crucial da democracia.