Gonzalo Fiordelisi
Actualmente, las plataformas digitales de trabajo representan una nueva modalidad que se vuelve atractiva para distintos sectores de la población, que encuentran en ellas considerables ventajas. Pese a no distanciarse de trabajos ya existentes y de englobarse dentro de las estrategias de tercerización vigentes hace varias décadas, el elemento novedoso lo introducen las herramientas digitales. Estas trastocan tanto la estructura tradicional del mercado como de las relaciones laborales (Madariaga et al., 2019) y producen un corrimiento de límites en varios niveles como la jornada de trabajo, el salario, la autonomía o el control, a la vez que plantean nuevas preguntas referidas a la regulación y protección de los trabajadores (Del Bono, 2019;
Del Bono y Bulloni, 2021). Por esta razón nos preguntamos por qué, o en qué medida, puede sostenerse que se trata de aquello que la literatura especializada ha catalogado como trabajo precario. Centrándonos en las plataformas de servicios físicos y concretamente de las de envíos a domicilio, nos interesa conocer y analizar las valoraciones y sentidos que construyen de su trabajo algunos repartidores del AMBA durante el 2023, con el objetivo de reflexionar acerca de cómo es vivenciada esa precariedad y comprender por qué es elegida, o bien priorizada, por sobre otras alternativas laborales.
Currently, digital work platforms represent a new modality that is becoming attractive to different people, who find significant advantages in them. Despite not differing from existing jobs and being part of the outsourcing strategies in place for several decades, the new element is introduced by digital tools. These disrupt both the traditional market structure and labor relations (Madariaga et al., 2019) and shift boundaries at multiple levels such as working hours, wages, autonomy and control, while also raising new questions regarding the regulation and protection of workers (Del Bono, 2019; Del Bono and Bulloni, 2021). For this reason, here we explore why, or to what extent, it can be argued that this constitutes what specialized literature has classified as precarious work. Focusing on physical service platforms, specifically those for home delivery, we are interested in understanding and analyzing the appraisals and perceptions that some delivery workers in AMBA construct about their work during 2023, with the aim of reflecting on how this precarity is experienced and understanding why it is chosen, or prioritized, over other labor alternatives.
Atualmente, as plataformas digitais de trabalho representam uma nova modalidade que se torna atrativa para diversos setores da população, que nelas encontram vantagens consideráveis.
Apesar de não se distanciar dos empregos existentes e de se inserir nas estratégias de outsourcing em vigor há várias décadas, o novo elemento é introduzido pelas ferramentas digitais. Estas perturbam tanto a estrutura tradicional do mercado como as relações laborais (Madariaga et al., 2019) e produzem uma mudança de limites a vários níveis, como a jornada de trabalho, o salário, a autonomia ou o controlo, ao mesmo tempo que colocam novas questões relacionadas à regulação e proteção dos trabalhadores (Del Bono, 2019; Del Bono e Bulloni, 2021). Por isso nos perguntamos por que, ou em que medida, se pode argumentar que é isso que a literatura especializada classifica como trabalho precário. Com foco nas plataformas físicas de atendimento e especificamente nas plataformas de entrega em domicílio, interessanos conhecer e analisar as avaliações e significados que alguns entregadores da AMBA constroem do seu trabalho durante o ano de 2023, com o objetivo de refletir sobre como essa precariedade é vivenciada e entender por que ela ocorre. é escolhido, ou priorizado, em detrimento de outras alternativas de trabalho.