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Brasil
Este fotoensaio foca as interações entre equinos e humanos em dois municípios da Região Metropolitana de Curitiba. É fruto de uma longa trajetória de convivência e pesquisa, que data dos anos 1990, longitudinalidade que permitiu à pesquisadora perceber a retração drástica da presença equina nos espaços da capital (impulsionada pela lei municipal que em 2015 interditou o uso da tração animal dentro dos seus limites geográficos). Isto contrasta com a presença dos cavalos nas ‘zonas fronteiriças’ da capital, espaços que continuam como repositórios de um modo de vida que a expansão da cidade, com seu fôlego higienizador, tende a aniquilar. Nas regiões onde a periferia urbana e a divisa com os municipios se tocam, entre chácaras remanescentes e áreas já bastante urbanizadas, humanos e cavalos continuam sua convivência, por vezes intensa, outras vezes meramente tomada por óbvio. Documentar suas interações fotograficamente é se atentar para a relacionalidade da interação cotidiana, privilegiando dimensões materiais, corporais, afetivas, sensíveis, que fazem parte de uma história sobre ocupação de espaços, modos de vida, escolhas e poder.
This photoessay brings into focus the interaction of equines and humans in two municipalities of the Greater Curitiba. It is the result of several decades of research, dating back to the 1990s, a longitudinal angle that allowed the researcher to perceive the drastic retraction of equine presence within the capital (driven by the municipal law that in 2015 banned the use of animal traction within its geographic limits), contrasting with equine presence in the ‘border zones’ of the capital, where urban peripheries and outlying municipalities meet. It is these other spaces that continue as repositories of a way of life that the expansion of the capital, in its hygienist eagerness, puts to rest. In the regions where city limits meet bordering municipalities, amidst a smattering of differences that mixes remaining bits of countryside and already highly urbanized areas, humans and horses continue their coexistence, sometimes intense, other times merely taken for granted. Using photography to document this interaction means intent observation of the fabric of this everyday interaction – the material, the corporeal, the affective and the sensitive, part of a story about the occupation of spaces, ways of life, choices and power.
