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Maria Grazia Rossi
, Dima Mohammed, Sarah Bigi
Neste artigo, exploramos uma dimensão normativa particular das estratégias utilizadas pelos profissionais de saúde na gestão da incerteza nas consultas médicas. Analisamos as consultas médicas centrando-nos no potencial argumentativo das dúvidas expressas pelos pacientes e pelas suas famílias, examinando as inferências ativadas, para além do que é explicitamente afirmado nas passagens dialógicas que exibem dúvidas. Utilizando a distinção entre três potenciais argumentativos da dúvida (dúvida ambivalente, dúvida cética e negacionismo), efetuamos uma análise exploratória de um corpus italiano de 52 consultas médicas compostas por profissionais de saúde e doentes com diabetes tipo 2. Com base na análise, argumentamos que, quando expressas em consultas médicas, as dúvidas céticas devem ser explicitamente reconhecidas e adequadamente abordadas para evitar que a dúvida adquira um potencial negacionista, o que pode prejudicar a adesão do paciente e comprometer a possibilidade de resultados favoráveis para a sua saúde.
In this paper, we explore a particular normative dimension of the strategies used by healthcare professionals to manage uncertainty in medical consultations. We analyze medical consultations focusing on the argumentative potential of doubts expressed by patients and their families by examining the inferences activated beyond what is explicitly stated in the sequences exhibiting doubt. Using the distinction between three argumentative potentials of doubt (ambivalent doubt, skeptic doubt, and denialism), we run an exploratory analysis on an Italian corpus of 52 medical consultations between health professionals and patients with Type 2 diabetes. Based on the analysis, we argue that when expressed in medical consultations, skeptical doubts should be explicitly acknowledged and adequately addressed to prevent the doubt from acquiring a denialist potential, which can undermine patient adherence and the possibility of favorable health outcomes.
