A proposta, aqui, é a de apresentar o relato de uma experiência sobre práticas pedagógicas na educação especial vivida durante o período da pandemia da covid-19, especialmente no recorte temporal de 2020 a 2021. O intuito é compartilhar sobre as atividades realizadas no ensino não presencial no âmbito escolar, levando-nos a olhar para uma reflexão-na-prática pedagógica do ensino especializado, considerando a mediação entre a professora especialista em deficiência intelectual atuante na sala de recursos e duas alunas da educação especial inseridas na educação infantil (pré-escolar), ambas com 5 anos de idade. A unidade escolar de ensino localiza-se na zona rural do município de Porto Feliz, interior do estado de São Paulo. Compartilharei da experiência em meio ao tempo da modalidade do ensino não presencial, utilizando como referência dois projetos realizados para atendimento da demanda da pré-escola e levando ainda em consideração o quadro da dificuldade de aprendizagem das alunas. Sob o olhar do refletir-na-prática acerca das atividades planejadas, que pudessem atingir este público, os meios utilizados envolveram o uso de recursos virtuais como a internet, vídeo chamada por aplicativo do celular e conversas pelo WhatsApp, ligações telefônicas e envio de link com vídeos explicativos produzidos pela professora, bem como materiais concretos organizados para realizar as tarefas em casa. Os projetos pedagógicos “Sala Viajante” e “Mochila Viajante” tiveram o viés psicopedagógico e os materiais foram projetados para a realização de atividades lúdicas e motoras e para reconhecimento das letras e dos números. Os objetivos versaram em: proporcionar o acesso aos materiais e às atividades parecidos com aqueles existentes no ambiente físico de uma sala de recursos; proporcionar atividades com materiais direcionados e em formato para o nível-concreto de compreensão das alunas; e criar um momento prazeroso para a aquisição da aprendizagem com vínculo afetivo entre estudante e família. As atividades e materiais foram projetados de forma que a família tivesse a preocupação somente em acompanhar e mediar a produção junto à criança, uma vez que a localização de suas residências na zona rural do município as impediam em adquirir materiais e outros objetos para a realização das tarefas. Como análise e observação sobre os resultados alcançados com ambos os projetos aplicados, houve um retorno positivo com devolutivas das atividades por meio de registros por fotos e vídeos, encaminhados à professora. As famílias pontuaram o fato de possuírem os materiais necessários para cada tarefa ajudou no processo de construção, produção e participação da criança, considerando as necessidades pontuais em relação à região da zona rural, bem como o quadro de dificuldade de aprendizagem, devido às questões intelectuais e motoras. Sendo assim, os projetos pedagógicos direcionados ao público-alvo foi produtivo e atendeu às demandas do momento do ensino não presencial escolar.