A predominância nas discussões da Geografia sobre o Espaço como uma produção social, acunhada por Lefevbre que defende a ideia de espaço produzido, este parte e fruto das relações humanas dialetizadas, de acordo as peculiaridades de cada contexto histórico, econômica, social, cultural e ambiental. Nesta dinâmica podemos associar a figura do camponês detentor dos seus meios de produção, que ao longo do tempo sofreu a expropriação do seu trabalho nos diferentes modos de produção, sendo intensificada sobre as regras do capitalismo, se inserindo nesse processo através da luta e resistência para garantir sua reprodução espacial. Segundo Marx na Assim chamada acumulação primitiva esse grupo social sofreu as ações mais brutais e violentas da humanidade, no qual os camponeses foram expropriados de suas condições de reprodução e submetidos abruptamente ao novo cenário econômico que se desenhava o capitalismo industrial, onde emergia um novo mundo defendido pela Burguesia e do outro lado o Proletariado que vivia o mundo da fantasia, das oportunidades e liberdades para celebrar contrato entre iguais juridicamente que essencialmente se desenvolvia a partir da exploração do trabalho não pago, que na verdade escancarava um abismo da desigualdade social. Atualmente vislumbramos em diferentes lugares do mundo a superposição do capital sobre a agricultura e aqui especificamente ao camponês, quando não se apropria, explora através das relações capitalista, o mesmo se metamorfosea por meio de relações não capitalistas essencialmente. Toda uma estrutura legitimada ou propagada pelo próprio Estado que associado a força do capital dificultando a reprodução do sujeito enquanto camponês.