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This article presents a reflection on the mechanisms of production and negotiation of meaning in the deliberative process, the characteristics of argumentation, and the ways in which information, framings, and versions offered by journalistic sources are appropriated and used in informal debates. The study was conducted in the city of Coimbra, Portugal, with Portuguese citizens, and the chosen case to evaluate the deliberative process was the Marquês Operation -a case of political corruption that occurred in Portugal involving the former Prime Minister José Sócrates. Through the development of a discussion group focused on this political event and the provision of impactful journalistic content within the Portuguese political landscape, we were able to understand a series of dynamics that characterize informal environments, as well as the appropriation of media-derived meanings in the act of argumentation. Despite noticing a certain disdain for the media, reinforced by a lack of trust observed towards journalistic organizations, it became evident that a significant portion of the meanings that circulated during the debate were media-produced.
Este artigo apresenta uma reflexão sobre os mecanismos de produção e negociação de sentidos no processo deliberativo, as características da argumentação e as formas de apropriações e usos de informações, enquadramentos e versões oferecidas por veículos jornalísticos em debates informais. O estudo foi realizado na cidade de Coimbra, em Portugal, com cidadãos portugueses e o caso escolhido para avaliar o processo deliberativo foi a Operação Marquês – caso de corrupção política ocorrido em Portugal que envolve o ex-Primeiro Ministro José Sócrates. A partir da elaboração de um grupo de discussão sobre esse acontecimento político e do oferecimento de conteúdos jornalísticos e de grande impacto no cenário político português, pudemos compreender uma série de dinâmicas que caracterizam os ambientes informais, bem como a apropriação de sentidos midiáticos no ato argumentativo. Apesar de notarmos um certo desprezo pela mídia, reforçado por uma descredibilização observada em relação às empresas jornalísticas, ficou evidente que grande parte dos sentidos que circularam durante o debate foram produzidos midiaticamente.
