A transexualidade é atualmente definida como o desejo persistente de viver e ser aceito como uma pessoa do sexo oposto. Essas pessoas podem apresentam enorme sofrimento psíquico por causa de seu sexo anatômico e almejam submeter-se as cirurgias ou tratamentos hormonais para redefinirem seus corpos. Enquanto, a travestilidade é uma vivência de gênero discordante do sexo biológico, em que a pessoa travesti usa vestimentas do gênero oposto chegando a modificar seus corpos, sem a intenção de redefinir sua genitália. Em 2018, o Conselho Federal de Psicologia despatologizou essas identidades, por entendê-las como mais uma expressão da diversidade de gênero e sexual. O objetivo geral deste estudo foi conhecer as opiniões das psicólogas de orientação psicanalítica sobre o processo de despatologização da transexualidade. O presente artigo é derivado de uma pesquisa de campo, qualitativa e quantitativa, tendo como lócus a cidade de João Pessoa-PB. A amostra foi selecionada por conveniência. Foram entrevistadas três psicólogas de orientação Psicanalítica com mais de 10 anos de atuação. As entrevistas foram averiguadas pela Análise de Conteúdo de Bardin e apontaram que todas as psicólogas entrevistadas foram favoráveis ao processo de despatologização das identidades transexuais. Embora ligassem essas identidades a um discurso de vitimização, estas compreendem a experiência dos transgêneros a luz de sua abordagem clínica, como um caminho de constituição subjetiva, sem deixar de levar em consideração as variáveis políticas e sociais na compreensão dos fenômenos do preconceito e discriminação vivenciados pelas pessoas que estão no transito dos gêneros.
Transsexuality is currently defined as the persistent desire to live and be accepted as a person of the opposite sex. These people may experience enormous psychological suffering because of their anatomical sex and wish to undergo surgery or hormonal treatments to redefine their bodies. Meanwhile, transvestism is an experience of a gender that is discordant with biological sex, in which the transvestite person wears clothing of the opposite gender, modifying their bodies, without the intention of redefining their genitalia. In 2018, the Federal Council of Psychology depathologized these identities, understanding them as yet another expression of gender and sexual diversity. The general objective of this study was to understand the opinions of psychoanalytic psychologists on the process of depathologizing transsexuality. This article is derived from field research, qualitative and quantitative, with the city of João Pessoa-PB as its locus. The sample was selected by convenience. Three Psychoanalytic psychologists with more than 10 years of experience were interviewed. The interviews were investigated using Bardin's Content Analysis and showed that all the psychologists interviewed were in favor of the process of depathologizing transsexual identities. Although they link these identities to a discourse of victimization, they understand the experience of transgender people in the light of their clinical approach, as a path of subjective constitution, without failing to take into account political and social variables in understanding the phenomena of prejudice and discrimination experienced. by people who are in transition between genders