Acceso usuarios
No âmbito das pesquisas acadêmicas, notadamente por meio da Geografia e da História, a região Oeste do estado de Santa Catarina está comumente associada aos contextos de expansão das migrações internas no Sul do Brasil. Esse processo de reapropriação do território, habitualmente denominado de colonização, produziu uma nova realidade no contexto regional, confluindo no surgimento de vilas, povoados, cidades e caminhos terrestres – posteriormente rodovias. Com isso, uma atividade econômica manifestou-se como fundamental à mobilidade da população: o transporte rodoviário de passageiros. Diante desse quadro, o presente trabalho tem como objetivo compreender a dinâmica relação entre as práticas espaciais de colonização e o transporte de passageiros no Oeste de Santa Catarina, mais especificamente considerando a antiga delimitação territorial do município de Chapecó. Isso abarcará os itinerários e cidades percorridas, seus agentes econômicos e os nexos operacionais. Com o uso de categorias geográficas para se construir uma reflexão do passado, como mostrou Maurício Abreu e a sua noção do “presente de então” ou, Milton Santos e a empiricização do tempo através das técnicas, o trabalho estrutura-se com base nas considerações referentes às técnicas do transporte de passageiros no recorte territorial proposto. A análise está centrada num intervalo cronológico entre as décadas de 1940 e 1980, período em que a população da região aumenta, surgem empresas de ônibus e serviços regulares. Entre as principais fontes, destacam-se os acervos históricos locais, periódicos regionais, documentos de órgãos reguladores e das empresas de transporte, bem como acervos iconográficos diversos. Ao concluirmos este estudo, chegamos à resposta de que a circulação de pessoas se configurou inicialmente pelas atividades de venda de terras e fluxos migratórios; já no contexto atual, os serviços regulares de ônibus se manifestam sob outras funções, que representam heranças de outros tempos, materializadas nas operações desse meio de transporte coletivo.
In the context of academic research, more specifically under geography and history, the western region of the state of Santa Catarina is commonly associated with the expanding contexts of internal migration in southern Brazil. This process of re-appropriation of the territory, usually called colonization, produced a new spatiality in the regional context, resulting in the emergence of villages, towns, cities and land paths - later highways. With this process underway, an economic activity has become fundamental to the mobility of the population: the transport of passengers by road. Given this scenario, the present work aims to understand the dynamic relationship between the spatial practices of colonization and passenger transportation in the west of Santa Catarina, more specifically considering the territorial delimitation originating from the municipality of Chapecó. The analysis will cover the itineraries and cities traveled, their economic agents and their associations and specificities of operation. Using geographical categories to construct a reflection of the past, as either Mauricio Abreu and his present then, or Milton Santos, based on the empiricization of time through techniques, the work is structured based on considerations regarding techniques of passenger transport in the proposed territorial cut. The analysis centers on a chronological interval between the 1940s and 1980s, during which time the region’s population increases, bus companies and regular services appear. The main sources include local historical collections, regional journals, documents from regulators and transport companies, as well as various iconographic collections. At the conclusion of this study, we came to the answer that the movement of people was initially shaped by the sale of land and migratory flows. In the current context, regular bus services are manifested, under other functions, but representing legacies of other times, materialized in the operations of this means of public transport.
