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Barcelona, España
En este artículo se discute la idea de una sociología o ciencia social “crítica” y se sostiene la tesis de que las relaciones entre hechos y valores en las ciencias sociales se han planteado habitualmente de modo unidireccional, focalizando la atención en cómo los valores pueden influir en la investigación sobre los hechos sociales, más que en cómo esta última puede informar e influir sobre nuestras valoraciones y preferencias éticas y políticas. A partir de una clarificación de en qué podría consistir una “ciencia social crítica”, se plantean objeciones a algunas de las defensas contemporáneas de esta tesis, como las de Habermas, Putnam, Burawoy o Wright. Se argumenta por qué dichas objeciones arrojan dudas sobre la posibilidad y la deseabilidad de cualquier proyecto de “ciencia social crítica”, entendido como alternativo a la ciencia social “convencional”, y se sostiene que, en su lugar, una mayor atención a los posibles usos normativos de la ciencia social tout court puede satisfacer los objetivos de ese proyecto sin comprometer principios fundamentales de honestidad, fiabilidad e imparcialidad epistémica.
This article discusses the idea of a “critical” sociology and claims that the relationships between facts and values in social sciences have usually been presented in a unidirectional way, focusing attention on how values can influence research on social facts, rather than on how the latter can inform and influence our ethical and political assessments and preferences. Starting from a clarification of what a “critical social science” could consist of, the article reviews different objections to some of the contemporary versions of this thesis, such as those of Habermas, Putnam, Burawoy or Wright. It is argued that such objections cast doubt on the possibility and desirability of any “critical social science” if it is understood as an alternative to “conventional” social science, and that, instead, greater attention to the possible normative uses of social science tout court may satisfy the aims of that project without jeopardizing fundamental principles of honesty, reliability, and epistemic impartiality.
Este artigo discute a ideia de uma sociologia ou ciência social “crítica” e apoia a tese de que as relações entre fatos e valores nas ciências sociais têm sido geralmente apresentadas de forma unidirecional, concentrando a atenção em como os valores podem influência na investigação sobre factos sociais, e não na forma como estes podem informar e influenciar as nossas avaliações e preferências éticas e políticas. Partindo de um esclarecimento sobre o que poderia consistir uma “ciência social crítica”, levantam-se objecções a algumas das defesas contemporâneas desta tese, como as de Habermas, Putnam, Burawoy ou Wright. Argumenta-se por que tais objeções lançam dúvidas sobre a possibilidade e conveniência de qualquer projeto de “ciência social crítica” entendido como uma alternativa à ciência social “convencional”, e argumenta-se que, em vez disso, uma maior atenção aos possíveis usos dos quadros normativos de social a ciência tout court pode satisfazer os objetivos desse projeto sem comprometer os princípios fundamentais de honestidade, confiabilidade e imparcialidade epistêmica.
