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Argentina
La creencia de que la ciencia puede dar soluciones objetivas a los problemas públicos se remonta al siglo XVII. Frente a esta creencia, algunos estudios indagaron cómo mejorar los procesos de producción de conocimiento para orientarlos a la solución de problemas públicos. En este artículo queremos invertir la pregunta: ¿cómo participa el conocimiento científico en la construcción de nuevos problemas públicos? Argumentaremos que los científicos participan, junto con otros actores sociales, en la definición de qué es un problema público y cuáles son sus soluciones objetivas. Tomaremos como caso de estudio el Programa de Desarrollo Pesquero (PDP) (1967-1978), firmado por la Food and Agriculture Organization (FAO) y Brasil. El caso es relevante porque tuvo por fin incrementar la producción pesquera para acabar con el hambre en el mundo. Sin embargo, contribuyó al desarrollo de un modelo pesquero basado en la exportación de productos “finos” a los mercados centrales. Argumentaremos que la utilidad de los conocimientos se explica por la estrecha relación entre los problemas de la pesca industrial y los problemas de los biólogos pesqueros del PDP. A tal fin, retomamos aportes de los estudios sociales de la ciencia, la sociología de los problemas sociales y los estudios sobre las ciencias de campo. Como material empírico, trabajamos con los informes de los biólogos pesqueros del PDP.
The belief that science can provide objective solutions to public problems dates back to the 17th century. Faced with this belief, some studies researched how to improve knowledge production processes to guide them towards the solution of public problems. In this article we invert the question: how does scientific knowledge participate in the construction of new public problems? We argue that scientists participate, along with other social actors, in defining what is a public problem and what are its objective solutions. We study the case of the Fisheries Development Program (PDP) (1967-1978), signed by the Food and Agriculture Organization (FAO) and Brazil. It was intended to increase fishery production to end hunger in the world. However, it contributed to the development of a fishing model based on the export of “fine” products to central markets. We argue that the usefulness of knowledge is explained by the close relationship between the problems of industrial fishing and the problems of the PDP fishery biologists. To this end, we take up contributions from the social studies of science, the sociology of social problems, and field science studies. As for empirical material, we consider the reports written and signed by the PDP fisheries biologist
A crença de que a ciência pode fornecer soluções objetivas para problemas públicos remonta ao século XVII. Diante dessa crença, alguns estudos investigaram como melhorar os processos de produção de conhecimento para orientá-los na solução de problemas públicos. Neste artigo queremos inverter a questão: como o conhecimento científico participa da construção de novos problemas públicos? Defenderemos que os cientistas participam, juntamente com outros atores sociais, na definição do que é um problema público e quais são as soluções objetivas. Tomaremos como estudo de caso o Programa de Desenvolvimento Pesqueiro (PDP) (1967-1978), assinado pela Food and Agriculture Organization (FAO) e o Brasil. O caso é relevante porque pretendia aumentar a produção pesqueira para acabar com a fome no mundo. No entanto, contribuiu para o desenvolvimento de um modelo de pesca baseado na exportação de produtos “finos” para os mercados centrais. Argumentaremos que a utilidade do conhecimento se explica pela estreita relação entre os problemas da pesca industrial e os problemas dos biólogos pesqueiros do PDP. Para tanto, retomamos as contribuições dos estudos sociais da ciência, da sociologia dos problemas sociais e dos estudos das ciências de campo. Como material empírico, trabalhamos com os relatos dos biólogos pesqueiros do PDP.
